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Temer se prepara para enfrentar denúncia na Câmara

Se o relator for contra a permanência do presidente, a tendência é que uma leva de deputados aceitem a denúncia feita pela Procuradoria Geral da República

Temer: recebeu ministros e aliados no Palácio da Alvorada. (Ueslei Marcelino/Reuters)

Temer: recebeu ministros e aliados no Palácio da Alvorada. (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 10 de julho de 2017 às 05h59.

Última atualização em 10 de julho de 2017 às 08h47.

A semana começa com a corda apertando um pouco mais o pescoço presidencial. O relator da denúncia de corrupção passiva contra o presidente Michel Temer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, Sérgio Zveiter (PMDB-RJ), deve apresentar nesta segunda-feira seu parecer aos colegas. O governo está preparado para o pior: um voto pela admissibilidade da denúncia.

Para evitar que isso aconteça, Temer escalou pessoas próximas a Zveiter. O ministro dos Esportes, Leonardo Picciani, também do PMDB do Rio de Janeiro, circulou pela Câmara dos Deputados durante a última semana. O relatório de Zveiter é um termômetro importante de como será a semana e o restante do governo do presidente. Nas palavras do senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), um parecer contrário a Temer seria o “início do fim do governo”.

Se Zveiter, um parlamentar do partido do presidente, for contra a permanência, a tendência é que haja uma leva de deputados admitindo aceitar a denúncia feita pela Procuradoria Geral da República. Um parecer contrário ao aceite, no entanto, não significa que o presidente terá vida fácil nos próximos dias. O presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), não acelerará a tramitação da denúncia, o que significa que, muito provavelmente, o Congresso entrará em recesso, no dia 18, sem que ela seja apreciada no plenário da Câmara.

Se isso acontecer, serão, no mínimo, mais duas semanas de agonia para o governo. Uma janela de tempo maior era tudo que Temer queria evitar, já que quanto mais tempo se passa, maior a possibilidade de um “fato novo” surgir. As delações do ex-deputado Eduardo Cunha e do operador Lúcio Funaro, vale lembrar, estão entrando no forno.

Temer se encontrou com ao menos 40 parlamentares na última semana antes de partir para o G20, na Alemanha. Na volta, recebeu na manhã deste domingo os presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), no Palácio do Jaburu, em Brasília. À noite, recebeu ministros e aliados no Palácio da Alvorada.

As flechas do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, devem trazer ao menos duas novas denúncias contra o presidente nas próximas semanas. A pressão tende a aumentar.

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