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Detentos ocupam telhados de prisão do RN após 26 mortes

Na madrugada de hoje (16), as forças de segurança foram acionadas para conter uma rebelião em um cadeia no bairro Potengi, em Natal

Presos em Natal: vestindo calções azuis, alguns homens enrolaram camisetas brancas na cabeça para esconder o rosto (Josemar Gonçalves/Reuters)

Presos em Natal: vestindo calções azuis, alguns homens enrolaram camisetas brancas na cabeça para esconder o rosto (Josemar Gonçalves/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 16 de janeiro de 2017 às 13h06.

Última atualização em 16 de janeiro de 2017 às 13h30.

O clima de tensão voltou a dominar a Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Natal, na manhã de hoje (16). Um dia após o assassinato de pelo menos 26 detentos que cumprem pena na unidade e poucas horas depois de policiais militares deixarem o local, um grupo de detentos voltou a ocupar os telhados dos pavilhões.

A Secretaria da Segurança Pública e da Defesa Social diz que não se trata de mais uma rebelião, mas admite que devido ao "clima tenso" policiais do Batalhão de Operações Especiais e do Grupo de Operações Especias da Polícia Militar foram acionados para voltar ao local.

Agentes da Força Nacional de Segurança estão do lado de fora da unidade, de prontidão para, se necessário, auxiliar as forças locais.

Imagens divulgadas pela imprensa exibem homens sobre os telhados de pavilhões empunhando paus, pedras e barras de ferro.

Vestindo calções azuis, alguns homens enrolaram camisetas brancas na cabeça para esconder o rosto.

Alguns portam bandeiras improvisadas com lençóis enquanto gritam palavras de ordem como "a vitória é nossa", em aparente provocação a integrantes de facções rivais.

Alcaçuz foi palco de uma rebelião que durou cerca de 14 horas, entre sábado (14) e domingo (15). Pelo menos 26 presos foram assassinados por outros detentos.

Já na madrugada de hoje (16), as forças de segurança foram acionadas para conter uma rebelião na Cadeia Pública Professor Raimundo Nonato, localizado no bairro Potengi, também na capital potiguar. As duas unidades estão distantes cerca de 40 quilômetros uma da outra.

De acordo com a Secretaria Estadual de Segurança Pública e da Defesa Social (Sesed), na cadeia pública não houve fugas ou feridos e o controle da situação foi retomado em poucas horas.

As autoridades estaduais ainda investigam as causas das ações, mas não descartam a hipótese de os tumultos desta segunda-feira serem uma reação às inspeções nos principais estabelecimentos carcerários do estado. Segundo a Secretaria da Justiça e da Cidadania, as dependências de Alcaçuz devem voltar a ser revistadas em busca de armas, celulares, drogas e outros objetos ou substâncias proibidas.

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