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Suspeito de preparar atentado na Olimpíada se entrega à PF

De acordo com a Polícia Federal, o suspeito também será encaminhado a um presídio federal após ser ouvido pelos agentes


	Polícia Federal: suspeito se entregou na cidade de Vila Bela da Santíssima Trindade, no Mato Grosso
 (Sergio Moraes / Reuters)

Polícia Federal: suspeito se entregou na cidade de Vila Bela da Santíssima Trindade, no Mato Grosso (Sergio Moraes / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 22 de julho de 2016 às 20h36.

O 11º suspeito de realizar preparativos para cometer um ataque terrorista durante os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro se entregou à Polícia Federal nesta sexta-feira, informou a PF, e um suspeito segue foragido.

O suspeito se entregou na cidade de Vila Bela da Santíssima Trindade, no Mato Grosso, por volta das 18:00, informou a Polícia Federal.

Ele foi alvo de um dos 12 mandados de prisão emitidos pela Justiça Federal do Paraná no âmbito da Operação Hashtag, que prendeu suspeitos que teriam realizado "atos preparatórios" visando realizar um atentado.

"Ele (o suspeito que se entregou nesta sexta) será ouvido e depois encaminhado a um presídio federal. Por questões de segurança, horários e locais não serão divulgados", informou a PF em nota.

Os dez suspeitos presos na quinta-feira foram levados para um presídio federal em Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul, informou a PF mais cedo.

A operação foi deflagrada na quinta-feira, a 15 dias da abertura da Olimpíada do Rio de Janeiro. Segundo autoridades, os suspeitos foram monitorados a partir das quebras de sigilo de dados e telefônicos.

De acordo com o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, os suspeitos foram presos depois que passaram de uma fase inicial de declarações via internet a realizar atos preparatórios para possíveis atentados, como treinamentos de artes marciais, armamentos, tiro e até a busca por compra de arma.

LIGAÇÃO COM ESTADO ISLÂMICO

Segundo o ministro, a atividade do grupo de suspeitos se acelerou nos últimos meses, depois que alguns participantes juraram lealdade ao Estado Islâmico e que um deles fez contato com uma loja de venda ilegal de armas no Paraguai, em busca de um fuzil AK–47.

O ministro informou ainda que o grupo não tinha contato pessoal, mas se comunicava via aplicativos de mensagens. Nenhum deles, também, teria tido contato direto com o Estado Islâmico, mas teriam feito a conversão e o juramento de lealdade via Internet.

O episódio deixou ainda mais evidentes as preocupações com a segurança dos Jogos Olímpicos que se iniciam no dia 5 de agosto no Rio de Janeiro e com a possibilidade de o evento ser alvo de grupos extremistas, embora o Brasil não seja, historicamente, um palco para ataques dessas organizações.

“O Brasil em si próprio não é um alvo preferencial de atentados terroristas, sobretudo por esses grupos que a gente conhece e que vêm empreendendo atentados terroristas", disse à Reuters o professor de relações internacionais da FGV e da ESPM Guilherme Casarões.

“Com os Jogos Olímpicos chegando, o Brasil se torna um alvo, não pelo Brasil, mas pelo evento que ele está sediando... tudo indica que se o Estado Islâmico tiver o interesse de fazer um atentado no Brasil, não vai ser contra brasileiros por si só, mas sim contra delegações de países que representam alguma coisa dentro dos objetivos políticos do Estado Islâmico”, disse.

Para o especialista, exceto pelo contexto da Olimpíada, o Brasil deverá seguir fora do radar de grupos extremistas, ao menos para a realização de atentados. Ele afirma que o país tem papel logístico para essas organizações radicais, em atividades como lavagem de dinheiro e rota para o narcotráfico, usado para financiar essas organizações.

“Se você torna o Brasil um palco de atentado terrorista, vai ficar muito mais difícil para certos grupos terroristas exercerem essa função logística do terrorismo usando o Brasil... Para esses grupos não compensa fazer isso”, disse Casarões.

Texto atualizado às 20h35

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