Brasil

Preso, Eduardo Cunha endossa apoio de filha e candidata a Jair Bolsonaro

Eduardo Cunha está preso desde outubro de 2016 pelas investigações das operações Lava Jato e Sépsis, da Polícia Federal (PF)

EDUARDO CUNHA: ele reproduziu declaração de apoio ao candidato à Presidência Jair Bolsonaro, do PSL (Rodolfo Buhrer/Reuters)

EDUARDO CUNHA: ele reproduziu declaração de apoio ao candidato à Presidência Jair Bolsonaro, do PSL (Rodolfo Buhrer/Reuters)

Mariana Fonseca

Mariana Fonseca

Publicado em 6 de outubro de 2018 às 17h36.

Última atualização em 6 de outubro de 2018 às 18h32.

São Paulo - Mesmo condenado a quase 40 anos de prisão por corrupção e preso em Curitiba, Eduardo Cunha continua mantendo seus perfis nas redes sociais ativos por meio de uma assessoria. O político não perdeu a oportunidade de, ontem à noite, replicar a declaração de apoio ao candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) feita pela filha Danielle Cunha.

Danielle Cunha é candidata a deputada federal. Ela gravou um vídeo afirmando que "de um lado temos o [Fernando] Haddad, que representa o PT, hegemonia que meu pai, com muito sucesso, através do Impeachment, conseguiu retirar. Por outro lado temos Bolsonaro, que representa quem não quer a Dilma e o PT no poder (...) Venho pedir a vocês que votem em Bolsonaro", diz na gravação.

Eduardo Cunha, que foi presidente da Câmara dos Deputados, fez um post na rede social Twitter replicando o vídeo da filha, acompanhado da mensagem "DANIELLE CUNHA DECLARA APOIO À @jairbolsonaro. Temos que ter discernimento para que, depois de tanta luta da nossa nação, o PT se mantenha fora do poder, por isso, declaro meu apoio à Jair Bolsonaro. Danielle Cunha #EquipeCunha."

Histórico

Eduardo Cunha está preso desde outubro de 2016 pelas investigações das operações Lava Jato e Sépsis, da Polícia Federal (PF). O peemedebista havia sido condenado a 15 anos e 4 meses pelo juiz federal Sérgio Moro e, após recurso julgado pela Corte, a sentença caiu para 14 anos e 6 meses pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas na compra de um campo petrolífero em Benin, na África, pela Petrobras, em 2011 – transação que teria garantido propina de US$ 1,5 milhão para Cunha.

Nas alegações finais do processo da Operação Sépsis, investigação sobre fraudes e desvios na diretoria do Fundo de Investimentos do FGTS da Caixa, o Ministério Público Federal afirma que Cunha é um “criminoso em série”. Os procuradores pedem que o ex-presidente da Câmara dos Deputados seja condenado a 386 anos de prisão. A defesa de Eduardo Cunha afirma que "as alegações finais do Ministério Público Federal configuram uma peça de ficção científica, sem provas, com afirmações inverídicas que não se prestam a sustentar uma condenação."

No relatório final da Operação "Cui Bono?", iniciada em janeiro de 2017 para investigar irregularidades cometidas na vice-presidência de Pessoa Jurídica da Caixa entre 2011 e 2013, o delegado Marlon Cajado cita que o ex-presidente da Câmara dos Deputados foi o destinatário de entregas de valores que somados alcançam R$ 89 milhões. De acordo com os dados levantados pela PF, a maioria dos repasses se deu no ano de 2014, quando foram mapeadas 82 entregas de Funaro para Cunha e pessoas apontadas como seus operadores.

Em junho deste ano, a Justiça Federal em Brasília condenou o ex-deputado federal a 24 anos e dez meses de prisão, em regime fechado, pelo crime de corrupção no processo que apurou pagamento de propina de empresas interessadas na liberação de verbas do Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS).

Acompanhe tudo sobre:Eduardo CunhaEleições 2018Jair Bolsonaro

Mais de Brasil

'Tentativa de qualquer atentado contra Estado de Direito já é crime consumado', diz Gilmar Mendes

Entenda o que é indiciamento, como o feito contra Bolsonaro e aliados

Moraes decide manter delação de Mauro Cid após depoimento no STF

Imprensa internacional repercute indiciamento de Bolsonaro e aliados por tentativa de golpe