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Prenda a respiração: Marcelo depõe

Nesta quarta-feira, o ex-presidente da Odebrecht Marcelo Odebrecht presta depoimento ao ministro Herman Benjamin, relator da ação que pede a cassação da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral. Nos próximos dias, outros quatro executivos da empresa farão o mesmo depois de sugestão do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que está em posse das confissões de […]

MARCELO ODEBRECHT: empresário assumiu caixa 2 em pagamentos a João Santana e propina por aprovação de MP / Rodolfo Burher/Reuters
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Da Redação

Publicado em 1 de março de 2017 às 06h59.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h34.

Nesta quarta-feira, o ex-presidente da Odebrecht Marcelo Odebrecht presta depoimento ao ministro Herman Benjamin, relator da ação que pede a cassação da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral. Nos próximos dias, outros quatro executivos da empresa farão o mesmo depois de sugestão do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que está em posse das confissões de executivos da empreiteira à Operação Lava-Jato. São eles Alexandrino Alencar, Benedicto Junior, Cláudio Melo Filho e Fernando Reis.

De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, Marcelo confirmou aos procuradores de Curitiba a confissão Melo Filho, ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht, de que Temer teria pedido 10 milhões de reais em doações da empresa para campanhas do PMDB. O empreiteiro deve reafirmar hoje a história a Benjamin. É possível que traga provas de que as doações foram irregulares e como pagamento de favores políticos do partido em favor da empresa – seja por cooperação nas votações do Congresso ou acesso facilitado a gordos contratos públicos. O governo tem afirmado reiteradamente que as doações foram legais.

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O potencial do depoimento é explosivo. Ele pode ser o alicerce para recomendar a cassação de Temer por abuso de poder econômico na campanha, como alega no pedido o requisitante PSDB. Na semana passada, o advogado José Yunes havia mostrado que a história tem pé e cabeça. Segundo relato dado à Procuradoria-Geral da República, Yunes atendeu um favor pedido por Eliseu Padilha, ministro-chefe da Casa Civil (licenciado para tratamento de saúde), de receber uma “encomenda” enviada em 2014 a ele por Lúcio Funaro, operador do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha. Pode ser parte do pagamento requisitado à Odebrecht.

Analistas políticos ainda são cuidadosos em cravar que o governo Temer esteja em perigo. A anedota de Yunes, dizem, impacta diretamente Eliseu Padilha. A consultoria de risco político Eurasia afirma que é “questão de tempo” até a queda do ministro – seria o nono substituído desde o início do governo. É unânime entre as consultorias que só um tiro certo no presidente o colocaria em xeque. Marcelo Odebrecht pode ter nas mãos a munição que falta. Esta quarta de cinzas é decisiva para o governo.

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