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Prefeituras "quebradas" suspendem carnaval em SP

Porto Feliz, Presidente Epitácio e Guaratinguetá são algumas das cidades cujos desfiles foram cancelados

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de janeiro de 2013 às 18h50.

Sorocaba - Alegando ter encontrado as prefeituras quebradas financeiramente ou com irregularidades nas contas, prefeitos que assumiram em janeiro decidiram cancelar o carnaval de rua em cidades do interior de São Paulo.

Em Porto Feliz, região de Sorocaba, o prefeito Levi Rodrigues Vieira (PSD) suspendeu a festa por ter encontrado déficit de R$ 10 milhões nos cofres municipais. Ele convocou os dirigentes de escolas de samba para comunicar a decisão de não fazer o repasse de verbas até pôr as contas em dia. O presidente da Acadêmicos da Barra, Murilo Borin, lamentou, já que a escola pretendia comemorar na avenida seus 40 anos de existência.

Estância turística, Presidente Epitácio também passará 2013 sem o mais tradicional carnaval de rua do oeste paulista. "O carnaval este ano é no início de fevereiro e não temos de onde tirar a verba de R$ 1,2 milhão para bancar os desfiles", anunciou o prefeito Sidnei Junqueira (PSB). Ele prometeu voltar com a festa em 2014. A presidente da Liga das Escolas, Dilma Favaretto, disse que os associados entenderam a falta de tempo para a obtenção dos recursos - a festa aconteceria de 9 a 12 de fevereiro. No ano passado, o carnaval de rua atraiu 40 mil foliões.

O prefeito de Guaratinguetá, Francisco Carlos (PSDB), alegou que a ausência de transição de governo atrapalhou os preparativos e levou ao cancelamento dos desfiles das escolas de samba. A gestão anterior, segundo ele, não iniciou os processos de licitação para a festa, que coincide com o segundo mês da nova gestão. A indefinição fez com que as próprias escolas ficassem inseguras para investir na preparação dos desfiles. De acordo com a prefeitura, a cidade do Vale do Paraíba terá este ano uma programação especial apenas com os blocos carnavalescos.

As prefeituras de São Carlos, no centro-leste paulista, e de São José dos Campos, no Vale do Paraíba, alegaram irregularidades na prestação de contas das escolas para cancelar os desfiles. De acordo com o secretário de Cultura de São Carlos, Ney Vilela, a análise das contas do carnaval de 2012 apontou R$ 106 mil em notas fiscais irregulares. O presidente da Liga das Escolas, Paulo dos Santos, disse que o parecer da comissão que analisa as contas não é definitivo.


Em São José dos Campos, a Fundação Cultural Cassiano Ricardo, responsável pela liberação das verbas, alegou irregularidades em notas fiscais e falta de cópias de cheques emitidos pelas escolas. O presidente da Liga, Jansen Friggi, lamentou que irregularidades "sanáveis" tenham servido como pretexto para o cancelamento dos desfiles.

Segurança

A Prefeitura de Águas de São Pedro, na região de Piracicaba, suspendeu o carnaval de rua alegando a "necessidade de resgatar a qualidade e garantir a segurança", segundo o prefeito Paulo Ronan (PSDB). Carros com som alto nas ruas centrais serão apreendidos e o spray de espuma está proibido. O prefeito, que se reuniu na terça-feira (8) com os 17 principais hoteleiros da cidade, disse que o objetivo é conter a desordem.

"Chegamos a um ponto em que víamos a cidade amanhecer com suas ruas sujas e com um monte de garrafas de bebidas." Este ano, só haverá carnaval em salões fechados. O cancelamento do carnaval de rua de Suzano, na Região Metropolitana de São Paulo, foi anunciado na terça. A prefeitura alegou falta de tempo para a formação das escolas, ensaios e confecções de fantasias. De acordo com o secretário da Cultura Suami de Paula Azevedo, a decisão tomada junto com as escolas de samba foi no sentido de preparar, a partir de fevereiro, o carnaval de 2014.

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