Brasil

Prefeitura de SP segura tarifa de ônibus até junho

O adiamento do reajuste custa R$ 50 milhões mensais para a prefeitura


	Ônibus: o reajuste, que deveria ter ocorrido no início do ano, está sendo postergado numa tentativa de conter a pressão inflacionária
 (Divulgação)

Ônibus: o reajuste, que deveria ter ocorrido no início do ano, está sendo postergado numa tentativa de conter a pressão inflacionária (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de março de 2013 às 19h19.

São Paulo - Apesar do segundo reajuste de preço do diesel no ano, a Prefeitura de São Paulo não pretende antecipar o aumento da tarifa de ônibus e manterá o valor de R$ 3 até junho. O argumento é que o novo reajuste é pontual e não impacta no subsídio e na remuneração das empresas.

A Prefeitura reiterou que manterá o compromisso assumido com o governo federal de postergar o reajuste, que seria no início do ano, no esforço de reduzir a pressão inflacionária. No entanto, vereadores já questionam de onde sairá o recurso para que o prefeito Fernando Haddad cumpra o compromisso firmado com o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Nesta quarta-feira, o vereador Aurélio Nomura (PSDB) apresentou à Comissão de Finanças um requerimento pedindo que a Secretaria Municipal de Finanças e Desenvolvimento Econômico explique como será pago o rombo gerado para bancar a tarifa a R$ 3 até junho.

Cálculo da própria comissão, divulgado pelo jornal O Estado de S. Paulo na sexta-feira (1), aponta que o desembolso mensal da prefeitura chega a R$ 50 milhões mensais, o que equivale a um gasto extra de R$ 300 milhões apenas no primeiro semestre. "Esse adiamento do preço na passagem de ônibus no primeiro semestre está custando o equivalente a R$ 50 milhões de prejuízos mensais para os cofres públicos e isso não está dentro da peça orçamentária", disse Nomura.

Os vereadores presentes decidiram aperfeiçoar o documento, para que o Executivo encaminhe uma resposta precisa à Câmara. Na próxima quarta-feira (13), o requerimento deve ser reapresentado e possivelmente votado. Ao reapresentar o requerimento na semana que vem, o vereador do PSDB pretende incluir os dois reajustes do diesel como fatores que podem aumentar o gasto municipal. No final de janeiro, a Petrobras reajustou o diesel em 5,4% e, na noite de terça-feira (5), fez novo aumento, de 5%.

"Vamos ter que fazer esse debate, discutir de onde sairão os recursos, qual o impacto. Vamos discutir isso aqui na Câmara a partir do momento que o Executivo enviar para cá sua proposta", disse o vereador do PT Paulo Fiorilo, integrante da comissão.

O petista adiantou que há no orçamento a possibilidade de remanejamento, o que possibilitaria Haddad manter o compromisso com o governo federal de garantir que o reajuste das tarifas de ônibus saia só em junho. Nomura reitera, contudo, que "algum lugar o prefeito vai ter de descobrir" para fazer o remanejamento, e a intenção é saber "de onde ele vai tirar esses recursos".

Acompanhe tudo sobre:cidades-brasileirasInflaçãoMetrópoles globaisÔnibussao-pauloTransporte públicoTransportes

Mais de Brasil

Governo transfere R$ 6,5 bilhões para fundo de reconstrução do Rio Grande do Sul

Defesa de Daniel Silveira alega que ida ao shopping não feriu cautelar, mas saída era proibida

Risco de desabamento suspende buscas na ponte entre Maranhão e Tocantins

Rio usa drone para monitorar Réveillon, identificar foragidos e flagrar crimes na cidade