São Paulo - O novo controlador-geral do Município, Roberto Porto, quer ajuda da Polícia Militar contra a ação de servidores públicos corruptos.
Porto estuda utilizar policiais militares à paisana para auxiliar o setor de inteligência da Controladoria-Geral do Município (CGM) a investigar funcionários suspeitos de atividades ilícitas, como recebimento de propina.
Alguns PMs já foram convidados para o serviço e aguardam os trâmites burocráticos para começar os trabalhos. São policiais que já trabalharam com Porto quando ele era promotor de Justiça.
O ex-secretário de Segurança Urbana da gestão Fernando Haddad (PT), que assumiu a CGM há duas semanas, foi um dos responsáveis pela descoberta da Máfia dos Fiscais das gestões Maluf e Pitta, nos anos 1990.
Ele revelou os planos em entrevista ao vivo veiculada no site do jornal Folha de S.Paulo.
Porto já havia dito que a Prefeitura adotará uma "via rápida" ou "faixa exclusiva" para demitir de forma mais célere servidores com indícios graves de enriquecimento ilícito.
Dois dos acusados de operaram a Máfia do ISS continuam recebendo salário, enquanto aguardam suas demissões. O caso veio à tona em outubro de 2013.
Um grupo de funcionários pedia propina em troca de desconto no Imposto sobre Serviços (ISS). Depois de todos os integrantes do esquema terem sido denunciados à Justiça e estarem aguardando julgamento, o Ministério Público Estadual (MPE) já abriu uma nova investigação, contra outros sete fiscais da Prefeitura.
Segundo Porto, a Prefeitura tem, no momento, 60 sindicâncias em andamento. Ao todo, são cerca de 40 servidores que mantêm um patrimônio que não condiz com a renda que possuem, trabalhando para a Prefeitura - a maior parte em cargos de fiscalização.
A Prefeitura também tem realizado um processo de "refiscalização" dos empreendimentos imobiliários que tiveram o Habite-se liberado pelos integrantes da máfia.
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1. Corrupção
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1/5 (Getty Images)
São Paulo – Em meio a uma
CPI silenciosa, protagonizada por Carlos Cachoeira - que não respondeu nenhuma pergunta quando apresentou-se na Comissão nessa semana – a
corrupção na política brasileira ganha, mais uma vez, os holofotes. Cachoeira, Demóstenes Torres e Fernando Cavendish são alguns dos nomes em evidência no escândalo da vez. Mas de Sanguessugas a Mensalão, passando por PC Farias, Anões do Orçamento e companhia, não faltam episódios que deixaram marcas pouco agradáveis – mas que não devem ser esquecidas – na história recente da democracia brasileira. Clique nas fotos para conferir uma seleção de livros que abordam alguns escândalos de corrupção no país.
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2. Sanguessugas do Brasil
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2/5 (Divulgação)
O título reúne 12 casos de corrupção, dentre eles, o que dá nome ao livro, a “máfia dos sanguessugas”. O episódio baseia-se em uma operação da Polícia Federal e do MPF que desvendou a existência de uma quadrilha formada por empresários, políticos e servidores públicos para desviar dinheiro da saúde pública. Os textos foram escritos ao longo de 20 anos. As histórias foram acompanhadas pelo autor, o jornalista Lúcio Vaz. Há casos sobre desvios de verbas de infraestrutura, fraudes na distribuição de remédios, obras inacabadas e até a apropriação de bolsas de estudos destinadas aos indígenas. O autor levantou o andamento desses casos na justiça e observou que, dentre 150 envolvidos, ninguém foi julgado até hoje. Há, inclusive, acusados que já ocupam cargos públicos, segundo o jornalista. O caso que abre o livro, o Mensalão, deve ser julgado pelo STF nesse ano, segundo previsão do tribunal.
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3. Honoráveis Bandidos
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3/5 (Divulgação)
O livro detalha os escândalos envolvendo a família Sarney (senador do Amapá pelo PMDB) e também mostra algumas intimidades da família e de seu patriarca. Na época, as livrarias do Maranhão se recusaram a lançar a obra. O dia do lançamento teve protestos. Apesar de ser focado no clã Sarney, o livro também relembra escândalos como o de Renan Calheiros, acusado de usar dinheiro da Mendes Júnior para pagar pensão à jornalista Mônica Veloso, com quem Renan teve uma filha fora do casamento. Renan Calheiros foi presidente do Senado e hoje é senador de Alagoas pelo PMDB. O livro, do jornalista Palmério Dória, chegou a ficar entre os mais lidos do país em 2010.
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4. Morcegos negros
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4/5 (Divulgação)
Morcegos Negros relata o Esquema PC, que operou durante o governo Collor. O livro, do jornalista Lucas Figueiredo, indica que o Esquema PC tinha conexões com o crime organizado internacional – para alguns críticos, há indícios de ligações, mas não provas. O livro detalha o destino dado a cerca de um bilhão de dólares desviado pelo esquema de corrupção após o impeachment de Collor. O autor teve acesso às movimentações financeiras entre PC Farias e mafiosos italianos pertencentes a uma rede internacional de narcotráfico. O livro defende que instituições brasileiras tiveram acesso a algumas dessas informações mas deixaram os crimes impunes – incluindo o assassinato de PC Farias e de sua namorada, Suzana Marcolino. Hoje, Fernando Collor é senador (PTB- AL) e participa da CPI do Cachoeira.
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5. Memórias das Trevas
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5/5 (Divulgação)
As 800 páginas desse livro têm como protagonista Antonio Carlos Magalhães, o ACM, que, na época do lançamento, era presidente do Senado. O livro detalha violências e atos de autoritarismo do político em seus mais de 40 anos de poder. O autor, o jornalista e escritor João Carlos Teixeira Gomes começa descrevendo as perseguições que ele e o jornal que dirigia na época (o Jornal da Bahia) sofreram pelo então governador Antonio Carlos Magalhães. ACM morreu em 2007. Na época, ele era senador pelo partido Democratas.