Prefeitura de SP garante combustível para ônibus até quarta-feira
Segundo Bruno Covas, apenas duas das mais de 1.300 linhas de ônibus da cidade não estão em operação
Estadão Conteúdo
Publicado em 29 de maio de 2018 às 13h06.
São Paulo - O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), declarou que há apenas combustível suficiente para garantir a circulação de ônibus na cidade para a terça e a quarta-feira, dias 29 e 30. Segundo ele, o maior "ponto de atenção" neste momento é em relação ao absenteísmo de estudantes e professores da rede municipal de ensino. Por isso, 37 postos foram abastecidos e têm prioridade para atender funcionários públicos da Educação e da Saúde.
Para serem atendidos de forma prioritária (como se fosse uma fila paralela ao do público em geral), é necessário apresentar documentação. Na segunda-feira, 28, de 40 a 50% dos estudantes faltaram às aulas na rede municipal. Nesta terça, a estimativa é que tenha subido para de 50 a 60%. Dentre os professores, 22% faltaram ao trabalho na segunda-feira.
O anúncio ocorreu no final da manhã desta terça-feira, após reunião do Comitê de Gerenciamento de Crise, criado na sexta-feira, 25, dia em que a Prefeitura decretou situação de emergência.
A coleta seletiva segue suspensa desde domingo. Diante de uma possível paralisação dos petroleiros, a Procuradoria-Geral do Município deve ingressar ainda nesta terça-feira com uma ação na Justiça para garantir o abastecimento de combustível para os serviços municipais, sob pena de multa. Fechados há dias, os Ecopontos voltarão a funcionar nesta quarta-feira.
Ônibus
Às 11h, a São Paulo Transporte (SPTrans) divulgou que 67% da frota de ônibus prevista para o horário estava em funcionamento na cidade. Para terça e quarta-feira, as operações ocorrem com 60 a 70% do total de viagens habituais no horário e 50% no entrepico. Segundo Covas, apenas duas das mais de 1.300 linhas de ônibus da cidade não estão em operação.
Saúde
As cirurgias eletivas seguem suspensas em quatro dos 12 hospitais municipais: Carmino Caricchio (Tatuapé), Tide Setubal (São Miguel Paulista), José Soares Hungria e M' Boi Mirim. Também está suspensa a realização de exames de rotina nas Unidades Básicas de Saúde (UBS).
Desde sexta-feira, o transporte de combustível obtido pela Prefeitura ocorre com apoio de escolta da Polícia Militar e da Guarda Civil Metropolitana (GCM). Somente na segunda-feira, a GCM fez 72 escoltas para 300 caminhões. Além disso, uma portaria convocou todos os guardas de folga a voltarem ao trabalho.
Após firmar parceria com três postos no fim de semana, agora 16 postos são de uso exclusivo de veículos de serviços essenciais do município, que não integram a lista dos 37 prioritários para o funcionalismo público. O abastecimento nesses locais também é destinado para carros da Eletropaulo, da Comgás e da empresa que fornece medicamentos ao município.
Segundo a Prefeitura, estão normalizadas as operações do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), do Serviço Funerário Municipal, da Defesa Civil, da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), da Assistência Social e da Guarda Civil Metropolitana (GCM).
Rodízio
O rodízio municipal de veículos segue suspenso durante toda a semana. Além disso, um decreto publicado em edição extraordinária do Diário Oficial Cidade de São Paulo desta segunda-feira libera o tráfego irrestrito de caminhões em todas as zonas da cidade e horários até domingo, dia 3 de junho.
Serviços essenciais que não são prestados pela Prefeitura também são monitorados pelo Comitê de Crise, tais como hospitais privados e supermercados, dentre outros.
A Secretaria Municipal da Fazenda estima que, desde o início da greve, São Paulo deixou de arrecadar em tributos cerca de R$ 150 milhões, apenas com ISS (imposto sobre serviços).