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Prefeito de São Caetano acusa o antecessor de chantagem

O prefeito Paulo Nunes Pinheiro acusa seu antecessor de ameaçar divulgar um dossiê contra ele, caso não negocie com os vereadores da cidade para aprovar as contas do último ano de sua gestão

O prefeito Paulo Nunes Pinheiro acusa seu antecessor de ameaçar divulgar um dossiê contra ele, caso não negocie com os vereadores da cidade para aprovar as contas do último ano de sua gestão (Alexandre Giesbrecht/Creative Commons)
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Da Redação

Publicado em 20 de junho de 2015 às 11h38.

São Paulo - O prefeito de São Caetano do Sul, Paulo Nunes Pinheiro (PMDB), registrou queixa formal na Polícia Civil por crimes de ameaça, calúnia e falsificação de documentos contra o seu antecessor, o médico José Auricchio Júnior (PTB), que também foi secretário estadual de Esportes, entre 2013 e 2015, no governo de Geraldo Alckmin (PSDB). Auricchio nega.

Na denúncia, consta que Auricchio teria em mãos um dossiê comprometedor contra Pinheiro e ameaçava divulgar o documento, caso o prefeito não intercedesse a seu favor, negociando com os vereadores da cidade para aprovar as contas do último ano da sua gestão, já rejeitadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), por apresentar um déficit de R$ 266 milhões. Auricchio governou a cidade de 2005 a 2012.

A principal testemunha da história é o assessor especial da prefeitura, Marco Antonio Santos Silva, amigo em comum dos dois políticos. Ele afirmou à polícia que foi procurado por Auricchio e o irmão dele, Marcelo, na quarta-feira. No encontro, os dois deixaram um envelope lacrado e um recado que deveria ser dado ao atual prefeito pedindo apoio político para que a Câmara Municipal não rejeitasse as suas contas. Se isso não acontecesse, o teor dos documentos se tornaria público. As imagens das câmeras de segurança que mostram Auricchio e o irmão chegando ao escritório com o envelope estão com a polícia.

Conta no exterior

O empresário se encontrou com o prefeito no dia seguinte. No documento, constam informações de que a mulher de Pinheiro, Maria da Graça Hereda Pinheiro, seria proprietária de um imóvel avaliado em US$ 960 mil, na Flórida (EUA), e seria, com o marido e o filho, dona de uma conta no First United Bank, com mais US$ 1,7 milhão, resultado de ganhos com suposta corrupção. Pinheiro desmente as acusações.

"Nunca tive contas no exterior, muito menos a minha mulher. Não temos nem passaporte. Tudo isso é uma grande mentira criada por motivações políticas, ou seja, para me obrigar a trabalhar para aprovar as contas dele." Maria da Graça ficou abalada com o teor das denúncias contidas no dossiê. "Ele (Auricchio) mexeu com a nossa família de maneira brutal. E vai responder por isso." O advogado do prefeito, André Gustavo Sales Damiani, informou que Pinheiro e a mulher vão prestar depoimento na polícia na semana que vem.

"A família faz questão de que tudo seja investigado. Pode ser pedida colaboração internacional para comprovar que essas denúncias são falsas", afirmou. Segundo o TCE, em 2012, no último ano como prefeito, Auricchio deixou um rombo de R$ 266 milhões nos cofres.

A auditoria concluiu que a gestão parou de recolher tributos, como o 13.º salário de servidores, e o déficit representa 30% do orçamento da época. A prestação de contas será apreciada pelos vereadores nos próximos dias. Se também forem rejeitadas, o ex-prefeito pode ter os direitos políticos cassados e ficar inelegível por oito anos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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São Paulo - O prefeito de São Caetano do Sul, Paulo Nunes Pinheiro (PMDB), registrou queixa formal na Polícia Civil por crimes de ameaça, calúnia e falsificação de documentos contra o seu antecessor, o médico José Auricchio Júnior (PTB), que também foi secretário estadual de Esportes, entre 2013 e 2015, no governo de Geraldo Alckmin (PSDB). Auricchio nega.

Na denúncia, consta que Auricchio teria em mãos um dossiê comprometedor contra Pinheiro e ameaçava divulgar o documento, caso o prefeito não intercedesse a seu favor, negociando com os vereadores da cidade para aprovar as contas do último ano da sua gestão, já rejeitadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), por apresentar um déficit de R$ 266 milhões. Auricchio governou a cidade de 2005 a 2012.

A principal testemunha da história é o assessor especial da prefeitura, Marco Antonio Santos Silva, amigo em comum dos dois políticos. Ele afirmou à polícia que foi procurado por Auricchio e o irmão dele, Marcelo, na quarta-feira. No encontro, os dois deixaram um envelope lacrado e um recado que deveria ser dado ao atual prefeito pedindo apoio político para que a Câmara Municipal não rejeitasse as suas contas. Se isso não acontecesse, o teor dos documentos se tornaria público. As imagens das câmeras de segurança que mostram Auricchio e o irmão chegando ao escritório com o envelope estão com a polícia.

Conta no exterior

O empresário se encontrou com o prefeito no dia seguinte. No documento, constam informações de que a mulher de Pinheiro, Maria da Graça Hereda Pinheiro, seria proprietária de um imóvel avaliado em US$ 960 mil, na Flórida (EUA), e seria, com o marido e o filho, dona de uma conta no First United Bank, com mais US$ 1,7 milhão, resultado de ganhos com suposta corrupção. Pinheiro desmente as acusações.

"Nunca tive contas no exterior, muito menos a minha mulher. Não temos nem passaporte. Tudo isso é uma grande mentira criada por motivações políticas, ou seja, para me obrigar a trabalhar para aprovar as contas dele." Maria da Graça ficou abalada com o teor das denúncias contidas no dossiê. "Ele (Auricchio) mexeu com a nossa família de maneira brutal. E vai responder por isso." O advogado do prefeito, André Gustavo Sales Damiani, informou que Pinheiro e a mulher vão prestar depoimento na polícia na semana que vem.

"A família faz questão de que tudo seja investigado. Pode ser pedida colaboração internacional para comprovar que essas denúncias são falsas", afirmou. Segundo o TCE, em 2012, no último ano como prefeito, Auricchio deixou um rombo de R$ 266 milhões nos cofres.

A auditoria concluiu que a gestão parou de recolher tributos, como o 13.º salário de servidores, e o déficit representa 30% do orçamento da época. A prestação de contas será apreciada pelos vereadores nos próximos dias. Se também forem rejeitadas, o ex-prefeito pode ter os direitos políticos cassados e ficar inelegível por oito anos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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