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Precisamos nos livrar da ideia de que tudo depende do Estado, diz Barroso

Para Luís Roberto Barroso, a mudança de mentalidade no combate à corrupção está ligada à sociedade civil e à iniciativa privada

Luís Roberto Barroso, ministro do STF; Candido Bracher, presidente do Itaú (Germano Lüders/Exame)

Karin Salomão

Publicado em 3 de setembro de 2018 às 12h46.

Última atualização em 3 de setembro de 2018 às 14h41.

São Paulo - Ainda que o cenário brasileiro pareça desanimador, Luís Roberto Barroso, ministro do Supremo Tribunal Federal, acredita que o país melhorou muito nos últimos 30 anos no combate à corrupção.

As mudanças não são apenas responsabilidade do governo e do poder judiciário, afirma. "Precisamos nos libertar da ideia de que tudo depende do Estado", diz o ministro durante o EXAME Fórum , que acontece hoje, 3, em São Paulo.

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De acordo com ele, as transformações também estão ligadas à sociedade civil e à iniciativa privada. "Há um negócio novo no Brasil, que é o compliance. As empresas estão preocupadas em cumprir a lei."

Para ele, existia uma mentalidade de que ricos não iam para a cadeia e que ninguém seria punido pelos desvios de dinheiro público.Hoje, ele enxerga uma reforma na mentalidade brasileira. "A grande novidade do país é que a sociedade deixou de aceitar o inaceitável e exige melhores serviços públicos", afirma.

Candido Bracher, presidente do Itaú Unibanco, também acredita que essa mudança no combate à corrupção passe pelas empresas. "Não há nenhuma empresa grande que não tenha iniciativas de compliance", afirma ele no evento de EXAME.

Ele acredita que o grande papel das empresas é darem um bom exemplo. "O empresário tem um papel importante no desenvolvimento econômico e na geração de emprego, mas tem um papel ainda mais crucial que é ser um exemplo", diz. "Se uma empresa conduzir seus negócios de maneira ética e transparente e for bem sucedida, é uma contribuição para a sociedade".

Educação

Além do combate à corrupção, Bracher acredita que a sociedade também tem responsabilidade em relação à melhoria na educação do país. A deficiência na educação brasileira é "um entrave para o desenvolvimento grande demais para ser deixado a cargo de governos", afirma o empresário. "Cabe a nós, sociedade civil, tomar esse problema nas mãos e exigir melhorias do governo".

Para ele, a educação tem cada vez mais relação com o desenvolvimento econômico. Como consequência, a falta de investimento no tema deixa o Brasil ainda mais atrasado em relação a outros países desenvolvidos.

Isso porque atualmente as maiores empresas mundiais estão baseadas puramente em seu capital intelectual, como Apple, Google, Amazon e Facebook.

Para Barroso, a educação é premissa para desenvolvimento econômico e para ter melhores cidadãos. "Precisamos preparar os jovens para o futuro, que já chegou", afirma.

Veja no vídeo uma entrevista de EXAME com Candido Bracher:

https://www.youtube.com/watch?v=ML3dcvN4ueM&feature=youtu.be&ab_channel=EXAME.com

E, aqui, a entrevista comLuís Roberto Barroso:

 

 

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