PPS pede que CPMI da Petrobras convoque Vaccari e Palocci
Depoimento dos dois na comissão, no entanto, depende de aprovação do pedido pela maioria dos integrantes da CPMI
Da Redação
Publicado em 29 de setembro de 2014 às 13h49.
Brasília - A liderança do PPS na Câmara protocolou na manhã desta segunda-feira (29) na Secretaria da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras requerimentos de convocação do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, e do ex-ministro Antonio Palocci. O depoimento dos dois na comissão, no entanto, depende de aprovação do pedido pela maioria dos integrantes da CPMI, o que não tem previsão de data.
Segundo reportagem publicada pela revista Veja, Paulo Roberto revelou à Polícia Federal e ao Ministério Público que foi procurado por Palocci, um dos coordenadores da campanha de Dilma Rousseff à Presidência em 2010. O ex-ministro da Fazenda, que já havia sido membro do Conselho da Petrobras, precisava, com urgência, de R$ 2 milhões.
Já João Vaccari Neto, segundo reportagem de ontem (28) do jornal Folha de S.Paulo, participou como mediador de contatos entre operadores do doleiro Alberto Youssef e o Fundo de Pensão dos Empregados da Petrobras, o Petros. De acordo com a reportagem, a Polícia Federal encontrou, em computadores de pessoas ligadas ao doleiro, mensagens que apontam o envolvimento do tesoureiro do PT.
De acordo com o Petros, todos os investimentos da fundação passam por avaliações, respeitam as melhores práticas de governança corporativa, a legislação vigente e os preceitos estabelecidos pelas suas políticas de investimento. Portanto, as avaliações de investimento são técnicas.
A CPMI da Petrobras retoma as atividades no dia 8 de outubro com o depoimento de Meire Bonfim Poza, ex-contadora do doleiro Alberto Youssef. Em depoimento à Polícia Federal ela revelou que mais de 50 empresas estão envolvidas no esquema de lavagem de dinheiro que era comandado pelo doleiro.
As perguntas a Meire Poza serão feitas com base nos depoimentos colhidos pela 13ª Vara Federal de Curitiba que já estão com a comissão. No despacho que liberou o material à CPMI, o juiz Sérgio Moro explica que, além das alegações da contadora, está disponível o material apreendido na empresa de Meire, a Arbor Contabilidade, que é alvo do inquérito policial.
Meire Poza já esteve no Congresso, em agosto. À época, no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, ela afirmou que deputado Luiz Argôlo (SD-BA) recebeu dinheiro do doleiro e que os dois mantinham "negócios ilícitos".