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Por reajuste salarial, servidores aprovam início de greve em janeiro

Aqueles em funções de chefia em Banco Central, Secretaria do Tesouro e Controladoria-Geral da União já iniciaram conversas para a entrega dos cargos no início de 2022

Vista da Esplanada dos Ministérios, em Brasília (Ueslei Marcelino/Reuters)
AO

Agência O Globo

Publicado em 30 de dezembro de 2021 às 09h02.

O Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate) aprovou, nesta quarta-feira, um calendário de mobilização para defender o reajuste salarial para os servidores. Em fevereiro serão feitas assembleias para discutir uma possível paralisação unificada das categorias.

Ainda não há detalhes sobre que categorias entrarão em greve, nem como serão feitas as mobilizações. Existe a expectativa de paralisações pontuais e entrega de cargos, assim como foi feito com os auditores do Fisco.

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A insatisfação dos funcionários de carreira, que já reclamavam da proposta de reforma administrativa defendida pelo Executivo no Congresso, aumentou com a notícia de que o governo havia reservado dinheiro para aumentar os salários dos policiais.

As demais categorias ficaram de fora, incluindo os auditores da Receita Federal, que já iniciaram “operações tartarugas” em portos, aeroportos e fronteiras e entregaram quase 800 cargos de confiança.

E servidores em cargos de chefia em Banco Central, Secretaria do Tesouro e Controladoria-Geral da União já iniciaram conversas para a entrega dos cargos nos primeiros dias de 2022, de acordo com o presidente do Fonacate, Rudinei Marques. Ele estima que cerca de 5 mil postos podem ser entregues, se todo o funcionalismo federal aderir.

Para o presidente do Sindilegis e integrante da diretoria do Fonacate, Alison Souza, ainda é cedo para falar de greve, mas é inegável que o anúncio de reajustes aos funcionários da segurança pública deixou a categoria inquieta.

— Falar que vai ter greve é algo muito forte para o momento. Há uma revolta muito grande dos servidores e o aumento para os policiais, sem que fôssemos incluídos, foi como acender um fósforo em um barril de querosene. O que posso dizer é que, se nada for feito até março, certamente temos a possibilidade de uma greve — disse.

Ele participou de uma reunião com presidentes de 37 entidades que representam os servidores públicos, para discutir a campanha de reposição salarial. Reclamou que nunca houve diálogo entre o governo do presidente Jair Bolsonaro e os funcionários públicos federais.

— Esse é um governo marcado pela ausência de diálogo e transparência — completou.

Quatro anos sem reajuste

Em novembro, a entidade enviou ofício aos ministérios da Casa Civil e da Economia para agendar reunião com o objetivo de tratar do reajuste dos servidores, com salário congelado desde janeiro de 2017. Marques relata, no entanto, que não houve retorno das pastas.

O presidente do Fonacate afirma que, com a escalada da inflação, hoje a dois dígitos, o salário dos servidores acumula defasagem de 20% a 30%. Se não houver correção na janela de 2022, só poderá ser revisto em 2024, devido a legislação aprovada no ano passado que proíbe a reavaliação de salários em anos de transição de mandatos de governadores e presidentes.

O cronograma aprovado na quarta-feira prevê dias de paralisação, com início em 18 de janeiro, e assembleias em fevereiro.

Procurado pelo GLOBO, o ministério da Economia disse que não vai se pronunciar. A Casa Civil ainda não retornou o contato.

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