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Poluição coloca rios do Brasil em apuros

Pesquisa da SOS Mata Atlântica analisou a água em 177 pontos de 96 rios em sete estados do país. Resultado preocupa: 40% apresentaram qualidade ruim ou péssima

Descaso: água com piores índices de qualidade foram coletadas em rios próximos a centros urbanos (VALDEMIR CUNHA / Veja São Paulo)

Vanessa Barbosa

Publicado em 19 de março de 2014 às 16h59.

São Paulo - Em tempos de crise de água em São Paulo, uma pesquisa inédita feita pela ONG ambientalista SOS Mata Atlântica mostra que pouco se tem feito para preservar este recurso valioso lá em sua origem, os rios, córregos e lagos do país.

O levantamento mediu a qualidade da água em 177 pontos de 96 rios em sete estados brasileiros e constatou que 40% apresentam uma qualidade ruim ou péssima.

Ao todo, 87 pontos analisados (49%) tiveram sua qualidade da água considerada regular, 62 (35%) foram classificados como ruins e 9 (5%) apresentaram situação péssima.

Apenas 19 (11%) dos rios e mananciais mostraram boa qualidade. E nenhum dos pontos analisados foi avaliado como ótimo.

Além dos números preocupantes, o estudo mostra o papel fundamental do cuidado com o meio ambiente natural para a garantia de água de boa qualidade.

Todos os 19 pontos que se encaixaram nessa categoria estão localizados em áreas protegidas e que contam com matas ciliares preservadas.

Na lista de melhores resultados, entram áreas protegidas da Bacia do Alto Tietê na Área de Proteção Ambiental (APA), Capivari-Monos e no Parque Várzeas do Tietê.

Em Minas, foi encontrada água com qualidade boa em Extrema, na APA Fernão Dias. E no Espírito Santo, também foi observada água com qualidade boa no município de Santa Teresa, conhecido como Santuário Capixaba da Mata Atlântica, que possui ricos ambientes biológicos como as Reservas de Santa Lúcia e Augusto Ruschi.

Já os piores índices se encontram próximos aos centros urbanos. Falta de tratamento de esgoto, lançamento ilegal de efluentes industriais, além do desmatamento são as principais fontes de contaminação e poluição dos recursos hídricos.

Avanço e retrocesso em SP

Durante o mês de fevereiro, uma equipe da ONG fez 34 coletas em pontos diferentes de 32 subprefeituras da cidade de São Paulo. O desempenho foi desastroso: mais da metade das amostras apresentaram qualidade ruim; 17,5% foram regular, e 23,5% foram consideradas de péssima qualidade.

A reversão desse quadro passa pela proteção das áreas dos mananciais, segundo a ONG. Exemplo que vem da cidade de Salto, no interior paulista, onde o ponto de captação saiu do regular (quase ruim), em 2010, para bom, após a realização de um programa de três anos de restauração florestal.

“A solução não é apenas coletar e tratar esgoto, é preciso conscientização da população e bons planos diretores”, afirmou Malu Ribeiro, coordenadora da Rede das Águas da SOS Mata Atlântica.

Nem todos os rios têm o mesmo destino. O Tamanduateí, que em 2010 esboçava uma recuperação após uma série de medidas de tratamento de esgoto, manteve qualidade péssima após uma nova onda de ocupações irregulares, apontou o estudo.

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São Paulo - Em tempos de crise de água em São Paulo, uma pesquisa inédita feita pela ONG ambientalista SOS Mata Atlântica mostra que pouco se tem feito para preservar este recurso valioso lá em sua origem, os rios, córregos e lagos do país.

O levantamento mediu a qualidade da água em 177 pontos de 96 rios em sete estados brasileiros e constatou que 40% apresentam uma qualidade ruim ou péssima.

Ao todo, 87 pontos analisados (49%) tiveram sua qualidade da água considerada regular, 62 (35%) foram classificados como ruins e 9 (5%) apresentaram situação péssima.

Apenas 19 (11%) dos rios e mananciais mostraram boa qualidade. E nenhum dos pontos analisados foi avaliado como ótimo.

Além dos números preocupantes, o estudo mostra o papel fundamental do cuidado com o meio ambiente natural para a garantia de água de boa qualidade.

Todos os 19 pontos que se encaixaram nessa categoria estão localizados em áreas protegidas e que contam com matas ciliares preservadas.

Na lista de melhores resultados, entram áreas protegidas da Bacia do Alto Tietê na Área de Proteção Ambiental (APA), Capivari-Monos e no Parque Várzeas do Tietê.

Em Minas, foi encontrada água com qualidade boa em Extrema, na APA Fernão Dias. E no Espírito Santo, também foi observada água com qualidade boa no município de Santa Teresa, conhecido como Santuário Capixaba da Mata Atlântica, que possui ricos ambientes biológicos como as Reservas de Santa Lúcia e Augusto Ruschi.

Já os piores índices se encontram próximos aos centros urbanos. Falta de tratamento de esgoto, lançamento ilegal de efluentes industriais, além do desmatamento são as principais fontes de contaminação e poluição dos recursos hídricos.

Avanço e retrocesso em SP

Durante o mês de fevereiro, uma equipe da ONG fez 34 coletas em pontos diferentes de 32 subprefeituras da cidade de São Paulo. O desempenho foi desastroso: mais da metade das amostras apresentaram qualidade ruim; 17,5% foram regular, e 23,5% foram consideradas de péssima qualidade.

A reversão desse quadro passa pela proteção das áreas dos mananciais, segundo a ONG. Exemplo que vem da cidade de Salto, no interior paulista, onde o ponto de captação saiu do regular (quase ruim), em 2010, para bom, após a realização de um programa de três anos de restauração florestal.

“A solução não é apenas coletar e tratar esgoto, é preciso conscientização da população e bons planos diretores”, afirmou Malu Ribeiro, coordenadora da Rede das Águas da SOS Mata Atlântica.

Nem todos os rios têm o mesmo destino. O Tamanduateí, que em 2010 esboçava uma recuperação após uma série de medidas de tratamento de esgoto, manteve qualidade péssima após uma nova onda de ocupações irregulares, apontou o estudo.

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