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Polo de moda de Nova Friburgo sofre prejuízos com chuvas

Pesquisa mostrou que 62,2% das empresas da região foram afetadas pela chuva; prejuízo chega a R$ 153 milhões

As empresas da região devem demorar, em média, 27 dias para retornar as atividades (Valter Campanato/ABr)
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Da Redação

Publicado em 18 de janeiro de 2011 às 17h03.

Rio de Janeiro - Importante polo de confecções do Rio de Janeiro, a cidade de Nova Friburgo começa a ter problemas na economia local em consequência das chuvas que atingiram a região serrana do estado.

Pesquisa da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), com 278 empresas da região serrana, revelou que 62,2% delas foram afetadas com maior ou menor intensidade pelas chuvas. O prejuízo estimado ultrapassa os R$ 153 milhões. A expectativa média de retorno às atividades é de 27 dias. A grande maioria das indústrias é formada por micro e pequenas empresas (65,8%).

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O chefe da Divisão de Pesquisas da Firjan, Cesar Bedran, informou que, das indústrias afetadas, 65,3% registraram ausência de funcionários na produção, enquanto, no setor administrativo, o índice superou os 69%.

A pesquisa mostrou também que mais de 80% das empresas sofrem com a falta de energia elétrica e mais de 70% estão sem telefone. Com isso, as vendas por telefone ou pela rede de computadores estão prejudicadas. O parque fabril de 21% das indústrias está alagado e mais de 70% dos empresários disseram que o estoque de matéria-prima foi afetado.

Algumas indústrias liberaram seus empregados para ajudar outras empresas que foram mais afetadas pela tromba d’água que assolou de forma violenta os municípios da região, na semana passada. Na avaliação do presidente do Sindicato das Indústrias do Vestuário de Nova Friburgo (Sindvest), Paulo Chelles, “a situação da região é caótica, muito delicada. Muitas indústrias e lojas foram afetadas”.

O presidente do Sindvest fez um apelo para que os consumidores continuem a procurar pelos produtos da indústria de lingerie de Nova Friburgo para que as empresas consigam superar a tragédia da destruição. “Isso fortalece as empresas, gera empregos e renova o ânimo, para que elas [as empresas] possam superar esse momento tão delicado. Não é só a perda financeira”, afirmou Chelles.

Amanhã (19), representantes do Sindvest se reunirão com dirigentes da Firjan para esboçar um plano que possa minimizar os efeitos da catástrofe na região. A proposta é que cada empresário reponha o que os funcionários perderam na catástrofe.

Integrante do Pólo de Moda Íntima de Nova Friburgo, a Lucitex Confecção voltou a funcionar ontem (17) à base de gerador e está sem telefone e sem internet. A empresária Nelci Layola, proprietária da microempresa, disse que, dos 230 funcionários, apenas 60 puderam comparecer ao trabalho. Uma de suas funcionárias está desaparecida.

“Uma grande parte dos meus funcionários perdeu tudo. A casa foi abaixo. Muitos, eu não sei quando vão vir. Outros estão com dificuldade de locomoção por falta de acesso, porque, nos locais onde eles moram, caíram barreiras”, contou a empresária.

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