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Policiais que usaram armas de fogo em protesto são identificados

Inquérito policial foi aberto e, segundo a Polícia Militar, o uso das armas pelos policiais está sendo apurado rigorosamente

Protestos em Brasília: quase 3 mil policiais militares trabalharam ontem exclusivamente nas manifestações (Ueslei Marcelino/Reuters)

Protestos em Brasília: quase 3 mil policiais militares trabalharam ontem exclusivamente nas manifestações (Ueslei Marcelino/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 25 de maio de 2017 às 12h41.

O secretário de Segurança Pública e da Paz Social do Distrito Federal (SSP-DF), Edval de Oliveira Novaes Júnior, disse hoje (25) que os policiais que utilizaram armas de fogo durante a manifestação de ontem (24) na Esplanada dos Ministérios já foram identificados e o inquérito policial já foi aberto.

"A regra é a utilização de armamento não letal e de uso progressivo da força. Isso foi uma exceção, não estava previsto (o uso de arma letal) e estamos apurando rigorosamente", disse, explicando que estes policiais serão responsabilizados.

Segundo Novaes, quase 3 mil policiais militares trabalharam ontem exclusivamente nas manifestações, aproximadamente 25% do efetivo da Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF).

"Se as manifestações acontecessem de forma pacífica, seria mais que suficiente. Agora, sem dúvida, a quantidade de pessoas que vieram para causar problemas, para chegar aos pontos onde não poderiam e causar danos ao patrimônio, foi superior ao que vinha se observando", disse o secretário.

Ele explicou que a manifestação de ontem começou de forma pacífica, mas alguns grupos tentaram furar a barreira de policiais para chegar até o Congresso Nacional, e isso foi evitado pela Polícia Militar.

"Existe um protocolo tático integrado e ele foi seguido à risca por parte do governo do DF, da PM-DF e do Corpo de Bombeiros. Nosso efetivo estava dimensionado e tinha informações que haviam pessoas infiltradas que iam causar problemas como de fato aconteceu", disse.

Parte dessas pessoas, segundo ele, acabaram se espalhando e depredando os ministérios. "Foi um trabalho de movimentação contínuo de toda a polícia na Esplanada. Tanto que no fim do dia a situação foi restabelecida e todos os ministérios estavam liberados", disse Novaes.

A Polícia Civil instaurou 12 procedimentos, sendo que oito pessoas foram conduzidas ao Departamento de Polícia Especializada (DPE).

Três delas foram presas por porte de substância entorpecente para consumo pessoal e porte de arma branca, uma por porte de arma branca, duas por resistência e pichação, uma por lesão corporal e resistência e uma por desacato. A Polícia Civil ainda trabalha na identificação e responsabilização de outras pessoas pelos atos de ontem.

"A PM-DF já tem 57 anos. Só ano passado nós tivemos mais de 150 manifestação, inclusive com um público maior que o de ontem. E via de regra nós nunca tivemos problemas mais graves. A manifestação de ontem reflete um momento complicado de crise política que vive o país, os ânimos estão extremamente exaltados, não só nas ruas, mas dentro do Parlamento. Isso, sem dúvida nenhuma, acaba se refletindo nos ânimos dos manifestantes e ai fica cada vez mais difícil para polícia atuar", disse o secretário da SSP-DF.

Novaes foi entrevistado hoje no programa Revista Brasil, da Rádio Nacional de Brasília.

O Corpo de Bombeiros registrou 49 ocorrências. Quatro manifestantes receberam atendimento no local e foram liberados. Os demais foram encaminhados, 35 ao Hospital de Base e dez ao Hospital Regional da Asa Norte.

Entre os motivos para atendimento estão cortes na mão, ferimento por instrumento de menor potencial ofensivo, corte no pescoço, queda por trauma na coluna, perfuração por arma de fogo e mal estar.

Segundo a Secretaria de Saúde do Distrito Federal, quatro permanecem internados no Hospital de Base. A situação dos pacientes é estável e sem previsão de alta.

Cerca de 45 mil pessoas participaram da manifestação na Esplanada dos Ministérios, nesta quarta-feira (24).

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