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Polícia vai apurar cobranças a moradores em outras ocupações de SP

Todos os moradores do prédio no Largo do Paissandu consultados pelo Estado relataram que pagavam "aluguel" entre R$ 100 e R$ 350 por mês

Desabamento: um curto-circuito em uma tomada no quinto andar do edifício deu início ao incêndio (Rovena Rosa/Agência Brasil)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de maio de 2018 às 17h54.

São Paulo - O inquérito instaurado pela Polícia Civil de São Paulo para apurar o incêndio e desabamento do Edifício Wilton Paes, no Largo do Paissandu, também vai investigar cobranças feitas a moradores de outras ocupações da cidade. A informação foi dada pelo secretário da segurança pública, Mágino Alves Barbosa, na tarde desta quinta-feira, 3.

"(O inquérito) é para apurar cobranças. Vamos investigar as associações e não os movimentos que promovem as ocupações. Investigar as associações que exploram moradores das ocupações", explicou Barbosa.

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A União, proprietária do imóvel que desabou, pediu à Polícia Federal que investigue a cobrança de eventuais taxas de aluguel dos ocupantes, seus responsáveis e motivações. Todos os moradores consultados pelo Estado relataram que pagavam "aluguel" entre R$ 100 e R$ 350 por mês. Segundo afirmam, a taxa era usada para custear produtos de limpeza, além de advogados que atuam para o movimento.

Causas

Segundo a Polícia Civil, um curto-circuito em uma tomada no quinto andar do edifício deu início ao incêndio que causou o desabamento do prédio, na madrugada de terça-feira, 1º Walkiria Camargo do Nascimento, que morava no barraco onde o fogo começou, foi ouvida pela polícia.

Segundo as investigações, havia um microondas, uma geladeira e uma televisão conectados a uma tomada, que deu curto e explodiu. Na hora, Walkiria estava no barraco com o marido, Pedro Lucas de Sampaio Viana Ribeiro, de 32 anos, e dois filhos, uma criança de 3 anos e outra de 10 meses. Todos dormiam.

Os moradores só teriam percebido o incêndio com o fogo já avançado. Segundo depoimento, Walkiria conseguiu resgatar a caçula e descer pelas escadas. A outra criança, Maria Cecília, sofreu queimaduras e está na UTI do Hospital das Clínicas em estado gravíssimo. O pai queimou 2/3 do corpo e também está internado, entubado, na Santa Casa de São Paulo.

Segundo o secretário, a família que morava no barraco onde o incêndio teve início, no quinto andar do edifício, foi separada pelo resgate. "Na hora da confusão, a família foi separada pelo resgate. A mãe (Walkiria) conseguiu salvar um bebê de colo", afirmou o secretário.

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