Polícia usa força contra manifestantes no Maracanã
Centenas de integrantes da tropa de choque, da polícia montada e da força nacional cercaram os manifestantes, que foram dispersados com balas de borracha e gás lacrimogêneo
Da Redação
Publicado em 17 de junho de 2013 às 06h36.
Rio de Janeiro - Três mil manifestantes que protestavam no entorno do Maracanã contra o preço do transporte público e as despesas do Mundial foram dispersos pela polícia com bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha, no primeiro jogo da Copa das Confederações disputado no mítico estádio, entre Itália e México (2-1).
Pelo menos oito pessoas foram detidas e não havia ainda um saldo de feridos, segundo a polícia militar do Rio.
Armados até os dentes, centenas de integrantes da tropa de choque, da polícia montada e da força nacional cercaram os manifestantes, que protestavam pacificamente em meio a torcedores que chegabam ao jogo, gritando "sem violência", "da Copa eu abro mão, quero saúde e educação" e "O Maraca é nosso".
O protesto ocorreu após outras manifestações em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e outras cidades do País, convocadas nas redes sociais (#ogiganteacorda, Anonymous Rio, entre outras) contra a alta no preço do transporte público e os bilhões de dólares gastos em investimentos públicos para o Mundial-2014.
"O Brasil resolveu acordar. Não estamos aqui por 20 centavos de aumento" no preço das passagens de ônibus, que subiu de R$ 2,75 para R$ 2,95 no Rio, disse à AFP Camila Mesquita, uma estudante de Teatro de 23 anos.
"Esta foi a gota d'água. A Copa é para a gente de fora e para os brasileiros não há nada", queixou-se, enquanto se protegia das bombas de gás lacrimogênio em um posto de gasolina.
O Brasil atravessa um período de frágil crescimento (0,6% no primeiro trimestre, em relação ao período anterior), com uma inflação de 6,5% ao ano, no teto da meta oficial, que afetou a popularidade do governo Dilma Rousseff.
Outros dois jovens exibiam um enorme cartaz que dizia "Copa FIFA: 33 bilhões de reais. Olimpíadas: 26 bilhões de reais. Corrupção: 50 bilhões de reais. Salario mínimo: 678 reais. E vocês acham que isto é por 20 centavos?".
Em grupos menores, os manifestantes continuaram protestando no entorno do estádio durante o jogo. A 80 metros do Maracanã, que esteve em obras durante mais de dois anos e foi restaurado ao custo de US$ 600 milhões para a Copa das Confederações e o Mundial, um grupo de 130 pessoas gritava palavras de ordem, vigiado por 100 policiais.
"Nos hospitais públicos não há um atendimento básico decente, a educação pública é muito ruim e ainda por cima querem fazer a Copa aqui", queixou-se Fábio Gomes, produtor cultural de 33 anos, enquanto corria e enxaguava os olhos pelo efeito irritante do gás lacrimogênio.
Muitos manifestantes, a maioria jovens, usava bandeiras do Brasil como capa, assim como lenços no rosto ou máscaras e até óculos de solda para se proteger dos gases.
Vários pedestres ficaram presos entre manifestantes e policiais. Agachada atrás de uma banca em uma esquina, uma menina de oito anos chorava assutada com os olhos irritados pelos gases.
Alguns manifestantes levavam vinagre para limpar os olhos e um deles pedia em um cartaz a "legalização do vinagre", depois que policiais confiscaram o líquido em outros protestos.
Ao perseguir um grupo que correu para a Quinta da Boa Vista, os policiais acabaram disparando mais bombas de gás lacrimogêneo e gás pimenta contra famílias que nos fins de semana frequentam o parque.
Dois policiais consultados sobre os protestos calcularam em mais de 3.000 os manifestantes e que a expectativa era de um total de 5.000.
No entanto, a polícia militar estimou em 300 o número oficial de manifestantes.
No sábado, na abertura da Copa das Confederações em Brasília, com o jogo Brasil X Japão, a polícia dispersou com gás lacrimogênio e tiros de balas de borracha os manifestantes, deixando um rastro de 33 feridos e 20 detidos.
"O Brasil venceu ontem o Japão por 3-0 na abertura da Copa das Confederações, mas o Japão está muito mais avançado que o Brasil em tecnologia, em saúde e educação", acrescentou.
Rio de Janeiro - Três mil manifestantes que protestavam no entorno do Maracanã contra o preço do transporte público e as despesas do Mundial foram dispersos pela polícia com bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha, no primeiro jogo da Copa das Confederações disputado no mítico estádio, entre Itália e México (2-1).
Pelo menos oito pessoas foram detidas e não havia ainda um saldo de feridos, segundo a polícia militar do Rio.
Armados até os dentes, centenas de integrantes da tropa de choque, da polícia montada e da força nacional cercaram os manifestantes, que protestavam pacificamente em meio a torcedores que chegabam ao jogo, gritando "sem violência", "da Copa eu abro mão, quero saúde e educação" e "O Maraca é nosso".
O protesto ocorreu após outras manifestações em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e outras cidades do País, convocadas nas redes sociais (#ogiganteacorda, Anonymous Rio, entre outras) contra a alta no preço do transporte público e os bilhões de dólares gastos em investimentos públicos para o Mundial-2014.
"O Brasil resolveu acordar. Não estamos aqui por 20 centavos de aumento" no preço das passagens de ônibus, que subiu de R$ 2,75 para R$ 2,95 no Rio, disse à AFP Camila Mesquita, uma estudante de Teatro de 23 anos.
"Esta foi a gota d'água. A Copa é para a gente de fora e para os brasileiros não há nada", queixou-se, enquanto se protegia das bombas de gás lacrimogênio em um posto de gasolina.
O Brasil atravessa um período de frágil crescimento (0,6% no primeiro trimestre, em relação ao período anterior), com uma inflação de 6,5% ao ano, no teto da meta oficial, que afetou a popularidade do governo Dilma Rousseff.
Outros dois jovens exibiam um enorme cartaz que dizia "Copa FIFA: 33 bilhões de reais. Olimpíadas: 26 bilhões de reais. Corrupção: 50 bilhões de reais. Salario mínimo: 678 reais. E vocês acham que isto é por 20 centavos?".
Em grupos menores, os manifestantes continuaram protestando no entorno do estádio durante o jogo. A 80 metros do Maracanã, que esteve em obras durante mais de dois anos e foi restaurado ao custo de US$ 600 milhões para a Copa das Confederações e o Mundial, um grupo de 130 pessoas gritava palavras de ordem, vigiado por 100 policiais.
"Nos hospitais públicos não há um atendimento básico decente, a educação pública é muito ruim e ainda por cima querem fazer a Copa aqui", queixou-se Fábio Gomes, produtor cultural de 33 anos, enquanto corria e enxaguava os olhos pelo efeito irritante do gás lacrimogênio.
Muitos manifestantes, a maioria jovens, usava bandeiras do Brasil como capa, assim como lenços no rosto ou máscaras e até óculos de solda para se proteger dos gases.
Vários pedestres ficaram presos entre manifestantes e policiais. Agachada atrás de uma banca em uma esquina, uma menina de oito anos chorava assutada com os olhos irritados pelos gases.
Alguns manifestantes levavam vinagre para limpar os olhos e um deles pedia em um cartaz a "legalização do vinagre", depois que policiais confiscaram o líquido em outros protestos.
Ao perseguir um grupo que correu para a Quinta da Boa Vista, os policiais acabaram disparando mais bombas de gás lacrimogêneo e gás pimenta contra famílias que nos fins de semana frequentam o parque.
Dois policiais consultados sobre os protestos calcularam em mais de 3.000 os manifestantes e que a expectativa era de um total de 5.000.
No entanto, a polícia militar estimou em 300 o número oficial de manifestantes.
No sábado, na abertura da Copa das Confederações em Brasília, com o jogo Brasil X Japão, a polícia dispersou com gás lacrimogênio e tiros de balas de borracha os manifestantes, deixando um rastro de 33 feridos e 20 detidos.
"O Brasil venceu ontem o Japão por 3-0 na abertura da Copa das Confederações, mas o Japão está muito mais avançado que o Brasil em tecnologia, em saúde e educação", acrescentou.