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Polícia já prendeu 144 suspeitos de tráfico na Cracolândia

Os usuários de drogas que estavam na Praça Princesa Isabel foram para a esquina da Rua Helvetia, próximo à Estação Julio Prestes

Cracolândia: o deslocamento da aglomeração pode ser um indicativo dos resultados da polícia (Paulo Whitaker/Reuters)

Cracolândia: o deslocamento da aglomeração pode ser um indicativo dos resultados da polícia (Paulo Whitaker/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 23 de junho de 2017 às 17h37.

Desde a operação policial do dia 21 de maio na Cracolândia, 144 pessoas foram presas na região central da capital paulista, suspeitas de tráfico de drogas.

Segundo o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Mágino Barbosa, as detenções, que incluem 13 adolescentes, são o resultado do aumento do policiamento na área.

O próprio deslocamento da aglomeração de usuários pode, de acordo com o secretário, ser um indicativo dos resultados da polícia.

"Se qualquer organização criminosa está vendo a necessidade de mudar de um lugar para o outro, o que eu estou vendo é eficiência da polícia", disse.

Os usuários de drogas que estavam concentrados na Praça Princesa Isabel foram, na noite da última quarta-feira (21), para a esquina da Rua Helvetia, próximo à Estação Julio Prestes.

A nova mudança da principal aglomeração da Cracolândia ocorre exatamente um mês após a operação policial que destruiu as barracas improvisadas do chamado fluxo e prendeu pessoas acusadas de tráfico.

O local atual é quase o mesmo do ponto à época da ação.

As pessoas ouvidas no local pela reportagem da Agência Brasil confirmaram que foram orientadas pelo tráfico a mudarem de lugar.

O processo foi acompanhado à distância por policiais militares. "Ficaram fazendo a nossa segurança", ironizou Antonio, um dos consumidores de crack.

O novo ponto é considerado melhor, por grande parte dos usuários, que reclamavam da lama na Praça Princesa Isabel e da distância dos serviços de atendimento que oferecem água e banheiros.

Para o secretário Mágino, não havia necessidade de interferência da polícia na movimentação. "A migração de usuários de um lugar para outro é uma coisa que você não consegue impedir. Você estaria cerceando o direito de ir e vir. É uma situação delicada e cabe a nós, Poder Público, monitorar essa situação", disse.

Em maio, logo após a operação policial, houve uma dispersão da população da Cracolândia pela cidade.

A Guarda Civil Metropolitana (GCM) contabilizou, uma semana depois, 22 pontos de concentração dessa população na região central.

Porém, ao longo dos dias, a Praça Princesa Isabel se consolidou como maior aglomeração.

Há menos de duas semanas, no dia 11 de junho, foi feita outra operação, dessa vez na própria praça, que destruiu as barracas improvisadas e prendeu dois homens acusados de tráfico de drogas.

Na ocasião a prefeitura estava instalando um novo conjunto de contêineres para atendimento dos usuários próximo à praça.

O equipamento que oferece chuveiro e acomodações para pernoite enfrentava resistência dos moradores e comerciantes.

Foi firmado com acordo para que os alojamentos viessem acompanhados de um aumento do patrulhamento da GCM e fosse provisório, por apenas 120 dias.

"Eles queriam implantar na raça. Fizemos um acordo por questão de segurança dos moradores", lembrou o presidente da Associação dos Moradores e Comerciantes dos Campos Elíseos, Iézio Silva

Um equipamento semelhante foi colocado próximo à Estação da Luz, na Rua dos Gusmões.

O plano da administração municipal é oferecer um total de 280 vagas emergenciais na região da Luz, além de disponibilizar 60 leitos de pré-internação em um ambulatório na Praça Princesa Isabel. Em um mês, os serviços municipais contabilizaram 427 internações voluntárias.

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