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Polícia Federal quer acessar inquérito que investiga morte de Marielle

Desde o mês passado, a PF investiga suposta atuação de um grupo criminoso para atrapalhar as investigações sobre o crime que matou a vereadora

Marielle: polícia investiga se há omissão das autoridades do Estado (Pilar Olivares/Reuters)

Marielle: polícia investiga se há omissão das autoridades do Estado (Pilar Olivares/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de dezembro de 2018 às 10h44.

Rio de Janeiro - A Polícia Federal (PF) pediu acesso ao inquérito da Polícia Civil do Rio sobre a morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista, Anderson Gomes.

Desde o mês passado, a PF investiga suposta atuação de um grupo criminoso para atrapalhar as investigações sobre o crime, ocorrido em março, e se há omissão das autoridades do Estado. As informações são da TV Globo.

O inquérito da PF foi aberto a pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge. Ele é apoiado no depoimento de duas pessoas.

O nome de uma delas é mantido em sigilo, e o outro é Orlando de Oliveira Araújo, conhecido como Orlando de Curicica.

Ele é apontado como chefe de uma milícia em Curicica, bairro da zona oeste do Rio, e está preso na penitenciária federal de Mossoró (RN) desde junho.

Uma das linhas de investigação da Polícia Civil aponta Orlando como um dos mandantes do assassinato de Marielle e de seu motorista, mas o miliciano nega qualquer participação.

Ele procurou o Ministério Público Federal (MPF) e prestou depoimento em agosto alegando estar sofrendo pressão para assumir o crime.

No depoimento, Orlando de Curicica disse que foi procurado pelo titular da Divisão de Homicídios, Giniton Lages, em maio, quando estava preso em Bangu.

O responsável pela investigação da morte de Marielle teria pressionado para que ele se apresentasse como um dos mandantes do crime.

O miliciano foi além e também acusou a Divisão de Homicídios de receber dinheiro do jogo do bicho para não investigar crimes, em esquema que existiria desde que o atual chefe da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa, comandava a divisão.

O jornal O Estado de S. Paulo não conseguiu contato com os citados. À TV Globo, Rivaldo Barbosa disse que as declarações de Orlando são levianas e têm o objetivo de tumultuar a investigação.

A Polícia Civil declarou em nota que "as ilações feitas por Orlando tentam desmoralizar e desacreditar instituições idôneas". A Secretaria de Segurança Pública do Rio informou que não vai se pronunciar.

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