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Polícia e militares devem gerar reação do crime, diz Jungmann

Jungmann avaliou que o crime organizado chegou a um nível tão avançado que é preciso a adoção de novas medidas e ações não convencionais

Raul Jungmann: "Tempos extraordinários, decisões difíceis e extraordinárias virão" (Ueslei Marcelino/Reuters)
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Reuters

Publicado em 27 de julho de 2017 às 19h09.

Última atualização em 27 de julho de 2017 às 22h21.

Rio de Janeiro - O Ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse que em breve as Forças Armadas vão apoiar as forças policiais do Rio de Janeiro no combate ao crime organizado tendo como foco os arsenais e rotas usados pelos traficantes, o que deve gerar uma reação que pode criar um clima de guerra no Estado.

Jungmann avaliou que o crime organizado chegou a um nível tão avançado que é preciso a adoção de novas medidas e ações não convencionais.

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Ele acredita que essa nova estratégia de combate ao crime vai gerar reações do tráfico e outros criminosos que não vão querer perder suas posições e fontes de receita e pediu apoio e compreensão da população e das instituições.

O ministro lembrou uma recente operação da Polícia Militar com apreensão de fuzis em uma comunidade da zona norte que foi seguida de ataques a ônibus e terminou com mais de 10 coletivos incendiados por ordem de traficantes.

"Se a sociedade do Rio quer enfrentar o crime organizado, sabemos que isso tem custos e que terá reação. Se você não quer ser só ostensivo mas quer retirar a capacidade do crime ao ponto que chegou vamos estar diante, o nome não é bom, de uma espécie de guerra", disse Jungmann a jornalistas no Rio de Janeiro.

"Tempos extraordinários, decisões difíceis e extraordinárias virão", acrescentou.

Todas os participantes da força-tarefa --Marinha, Exército, Aeronáutica, Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal-- vão atuar conjuntamente na área de inteligência para minar o tráfico de drogas.

Segundo Jungmann, o presidente Michel Temer deve assinar nos próximos dias uma GLO (Garantia da Lei e da Ordem) permanente para que a ação conjunta possa acontecer até o fim do mandato presidencial em 31 de dezembro de 2018.

"O que pretendemos fazer é reduzir a capacidade operacional do crime organizado e golpear o crime organizado. Para isso tem que ser coisas não usuais e diferentes do que vem sendo feitas... o que vai presidir a operação é inteligência. Essa é apalavra chave para chegar à cadeia do crime, com a integração como aquela que vimos nas Olimpíadas", disse o ministro.

Diferentemente do que aconteceu em outras ações conjuntas realizadas até hoje, agora, a força-tarefa aposta no fator surpresa para efetivamente surpreender o crime organizado.

Assim, datas das operações, custos e efetivos só serão divulgados no momento das ações. A ocupação de ruas, avenidas e favelas foi descartada pelo ministro.

O ministro anunciou que a atuação das Forças Armadas será acompanhada de ações sociais nas áreas de saúde, educação, habitação e saneamento, que serão lideradas pelo Ministério do Desenvolvimento Social.

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