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Polícia do Rio de Janeiro ocupa mais uma favela

Comunidade Vila Kennedy foi ocupada em 20 minutos, sem disparo de nenhum tiro; policias reafirmam vontade de seguir com o processo de pacificação

Polícia Militar ocupa Vila Kennedy: apesar da operação, realizada na madrugada, ter ocorrido sem violência, nos últimos seis dias os traficantes enfrentaram a polícia 17 vezes (Tania Rego/Agência Brasil)
DR

Da Redação

Publicado em 13 de março de 2014 às 16h08.

Três meses antes da Copa do Mundo, a polícia do Rio de Janeiro ocupou nesta quinta-feira a comunidade Vila Kennedy, em 20 minutos, e sem disparar nenhum tiro, reafirmando sua vontade de seguir com o processo de pacificação, mesmo com os recentes ataques contra policiais em favelas já ocupadas.

Apesar da operação, realizada na madrugada, ter ocorrido sem violência, nos últimos seis dias os traficantes enfrentaram a polícia 17 vezes.

Segundo a Secretária de Segurança, seis criminosos (um deles menor da idade) morreram nesses confrontos, e cinco ficaram feridos.

A polícia prendeu 80 pessoas, sendo nove delas nesta quinta, e foram aprendidas dezenas de armas, munições e drogas.

Eram recorrentes confrontos entre grupos de traficantes rivais na Vila Kennedy, que fica na zona oeste no Rio, e na vizinha favela da Metral, onde vivem cerca de 34.000 pessoas.

Aproximadamente 270 integrantes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e do Batalhão de Choque, apoiados por veículos blindados, entraram na favela antes das 06h00, e terminaram a ocupação em 20 minutos.

"A ocupação alcançou seu objetivo, que é a reconquista do território", afirmou o secretário de Segurança da cidade, José Mariano Beltrame, à jornalistas.

"Existe um processo de pacificação que continua, e se for interrompido, será um perda inestimável para o Estado e a população", acrescentou.


Barricadas na ruas

A violência na comunidade cresceu quando um dos chefes do tráfico decidiu mudar de grupo e conquistar o controle do território.

Horas antes da ocupação, traficantes botaram fogo em lixo e madeira para montar barricas nas ruas.

"Durante um mês houve disparos todos dias na favela, e tínhamos muito medo. Mas desde que começaram as operações para preparar a ocupação a situação se acalmou", informou à AFP um vendedor ambulante da Vila Kennedy, que só quis identificar-se como João.

Para Adriano Gomes, motorista de 35 anos nascido e criado no bairro, "a guerra entre as gangues rivais serviu para alguma coisa, porque chamou a atenção dos poderes públicos para a região".

Projeto começou em 2008

O governo instalará nas favelas a 38ª Unidade de Polícia Pacificadora ( UPP ), de um total de 40 que pretende implementar até o Mundial de futebol, que começa em 12 de junho no Brasil.

Cerca de 250 policiais vão trabalhar de maneira permanente na região, anunciou Beltrame.

O projeto das UPP começou em 2008, visando reconquistar territórios dominados pelo tráfico de drogas. Mas, nas últimas semanas, a violência chamou a atenção em regiões tidas como pacificadas, como a Rocinha e o Complexo do Alemão. Somente nesse ano três policias morreram em favelas com UPP.

Beltrame cogitou o retorno do Exército a essas comunidades, como já aconteceu no início da ocupação, mas ao mesmo tempo minimizou o alcance da violência.

"Existem 38 UPP e temos problemas em duas, as mais populosas", explicou. "Ninguém nunca tinha entrado no território do crime. Nós fizemos isso, e eles reagiram".

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Três meses antes da Copa do Mundo, a polícia do Rio de Janeiro ocupou nesta quinta-feira a comunidade Vila Kennedy, em 20 minutos, e sem disparar nenhum tiro, reafirmando sua vontade de seguir com o processo de pacificação, mesmo com os recentes ataques contra policiais em favelas já ocupadas.

Apesar da operação, realizada na madrugada, ter ocorrido sem violência, nos últimos seis dias os traficantes enfrentaram a polícia 17 vezes.

Segundo a Secretária de Segurança, seis criminosos (um deles menor da idade) morreram nesses confrontos, e cinco ficaram feridos.

A polícia prendeu 80 pessoas, sendo nove delas nesta quinta, e foram aprendidas dezenas de armas, munições e drogas.

Eram recorrentes confrontos entre grupos de traficantes rivais na Vila Kennedy, que fica na zona oeste no Rio, e na vizinha favela da Metral, onde vivem cerca de 34.000 pessoas.

Aproximadamente 270 integrantes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e do Batalhão de Choque, apoiados por veículos blindados, entraram na favela antes das 06h00, e terminaram a ocupação em 20 minutos.

"A ocupação alcançou seu objetivo, que é a reconquista do território", afirmou o secretário de Segurança da cidade, José Mariano Beltrame, à jornalistas.

"Existe um processo de pacificação que continua, e se for interrompido, será um perda inestimável para o Estado e a população", acrescentou.


Barricadas na ruas

A violência na comunidade cresceu quando um dos chefes do tráfico decidiu mudar de grupo e conquistar o controle do território.

Horas antes da ocupação, traficantes botaram fogo em lixo e madeira para montar barricas nas ruas.

"Durante um mês houve disparos todos dias na favela, e tínhamos muito medo. Mas desde que começaram as operações para preparar a ocupação a situação se acalmou", informou à AFP um vendedor ambulante da Vila Kennedy, que só quis identificar-se como João.

Para Adriano Gomes, motorista de 35 anos nascido e criado no bairro, "a guerra entre as gangues rivais serviu para alguma coisa, porque chamou a atenção dos poderes públicos para a região".

Projeto começou em 2008

O governo instalará nas favelas a 38ª Unidade de Polícia Pacificadora ( UPP ), de um total de 40 que pretende implementar até o Mundial de futebol, que começa em 12 de junho no Brasil.

Cerca de 250 policiais vão trabalhar de maneira permanente na região, anunciou Beltrame.

O projeto das UPP começou em 2008, visando reconquistar territórios dominados pelo tráfico de drogas. Mas, nas últimas semanas, a violência chamou a atenção em regiões tidas como pacificadas, como a Rocinha e o Complexo do Alemão. Somente nesse ano três policias morreram em favelas com UPP.

Beltrame cogitou o retorno do Exército a essas comunidades, como já aconteceu no início da ocupação, mas ao mesmo tempo minimizou o alcance da violência.

"Existem 38 UPP e temos problemas em duas, as mais populosas", explicou. "Ninguém nunca tinha entrado no território do crime. Nós fizemos isso, e eles reagiram".

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