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Polícia Civil prende 23 agentes da Vigilância Sanitária

Cerca de 200 policiais estão nas ruas para cumprir 30 mandados de prisão e 52 mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça do Rio

Pilhas de notas de 50 reais na Casa da Moeda (Dado Galdieri/Bloomberg)

Pilhas de notas de 50 reais na Casa da Moeda (Dado Galdieri/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 3 de outubro de 2013 às 14h58.

Última atualização em 11 de outubro de 2016 às 11h43.

Rio de Janeiro – Vinte e três agentes da Vigilância Sanitária Municipal da capital fluminense foram presos durante uma operação da Polícia Civil deflagrada na manhã de hoje (3) para desarticular um esquema de extorsão a comerciantes.

Cerca de 200 policiais estão nas ruas para cumprir 30 mandados de prisão e 52 mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça do Rio.

Os fiscais são acusados de cobrar propina de comerciantes para não aplicar multas ou identificar irregularidades. Segundo a polícia, a quadrilha movimentava cerca de R$ 5 milhões por ano.

Os agentes da Polícia Civil já apreenderam mais de R$ 1 milhão em espécie, documentos que comprovam o esquema, duas espingardas, um revólver e munições.

A maior apreensão foi feita em Campo Grande, na zona oeste do Rio, onde foram encontrados R$ 800 mil em um sítio.

O delegado titular da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas (Draco-IE), Alexandre Capote, disse que os presos que têm ensino superior serão encaminhados para o Complexo Penitenciário de Bangu, também na zona oeste.

Segundo o delegado, um veterinário, suspeito de ser o chefe da quadrilha, viajou para o exterior há algum tempo e ainda não foi encontrado.

“O esquema criminoso não era muito elaborado porque eles tinham a certeza da impunidade. Só que eles se enganaram. Esse esquema é identificar os comércios, apontar irregularidades e não permitir que os comerciantes consigam sanar essas irregularidades de uma forma prevista na lei. E, quando não encontravam irregularidades, eles inventavam. Eles criavam uma dificuldade para vender uma facilidade.”

Alexandre Capote disse ainda que o valor da multa aplicada pelos fiscais variava de R$ 150 a R$500. “A concussão, que é uma forma de exigir vantagens em função do seu cargo, variava de acordo com a irregularidade. Eles aplicavam um conjunto de fatores que apontavam para um valor que eles definiam. O valor [cobrado] de um estabelecimento, que gastou uma fortuna para tentar solucionar um problema no ar-condicionado, era R$ 400 mensais”.

Os 30 acusados do esquema de extorsão já foram denunciados à Justiça pelo Ministério Público Estadual.

Vinte e sete são fiscais da Vigilância Sanitária do Rio, um é gari da Companhia de Limpeza Urbana (Comlurb) e um é o proprietário de uma empresa. Entre os denunciados, há também um sócio administrador de uma empresa de arquitetura.

A Polícia Civil informou que as investigações foram iniciadas há dois anos, após uma denúncia feita pela Secretaria Municipal de Saúde. A quadrilha instituía um valor que, independentemente de irregularidade, tinha de ser pago pelos comerciantes.

Caso contrário, eram aplicadas multas.

Participam da operação a Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública, a Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), a Primeira Central de Inquéritos do Ministério Público do Rio de Janeiro, e a Subsecretaria Municipal de Vigilância Sanitária.

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que está colaborando com as investigações, para que os responsáveis sejam identificados e punidos.

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