Cartaz de protesto em São Paulo: jovem afirmou em depoimento que foi atacada por três homens na noite de segunda-feira (Amanda Perobelli/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 13 de outubro de 2018 às 10h38.
O chefe da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, Emerson Wendt, afirmou na quinta-feira, 11, que serão retomadas as investigações do caso da jovem de 19 anos que teve o corpo marcado com um símbolo parecido com uma suástica em Porto Alegre.
Wendt usou sua conta no Twitter para fazer o comunicado e disse que também será verificada a incidência de algum outro crime além da lesão corporal.
Em virtude dos vários questionamentos feitos, via mídias sociais e pelos jornalistas, informo que solicitei ao Diretor do DPM @delfabiolopes, que sejam feitas diligências complementares sobre a lesão na jovem de 19 anos para que possamos esclarecer as dúvidas sobre o fato.
— Delegado Emerson Wendt (@EmersonWendt) October 11, 2018
"Não podemos deixar de analisar todas as circunstâncias que envolvem a alegada agressão, sua motivação e como teria ocorrido", escreveu o chefe da polícia. Ele também destacou a pressão exercida pelas redes sociais como um fator para a reabertura do caso.
O delegado da 1ª delegacia de Porto Alegre Paulo César Jardim, responsável pela ocorrência, havia afirmado que a investigação estava "temporariamente suspensa". A vítima registrou boletim de ocorrência no dia seguinte ao fato, mas não quis levar a ação contra os agressores adiante por questões emocionais.
Como, por enquanto, o caso vem sendo tratado como lesão corporal leve, a vítima tem o prazo de seis meses para decidir seguir ou não com a ação.
Após o registro da ocorrência foi realizado um exame de corpo de delito cujo resultado ainda não foi divulgado.
A jovem, que preferiu não se identificar, afirmou em depoimento que foi atacada por três homens na noite de segunda-feira, 8, no bairro da Cidade Baixa, na região central de Porto Alegre.
Ela voltava do curso pré-vestibular quando, após descer do ônibus, teria sido seguida pelos homens, que a ofenderam com xingamentos homofóbicos.
Os homens teriam ainda agredido a menina com socos e, posteriormente, dois deles a seguraram enquanto o terceiro riscava o símbolo nazista em sua barriga com um canivete.