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"Podemos vencer a fome", diz diretor brasileiro da FAO

Nações Unidas celebraram Dia Mundial da Alimentação afirmando que é possível erradicar fome e reforçando importância de garantir dietas equilibradas às pessoas

Diretor geral da FAO, José Graziano da Silva: Graziano disse que efeitos nocivos da fome representam custo correspondente a 5% da receita global (Juan Mabromata/AFP)
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Da Redação

Publicado em 16 de outubro de 2013 às 18h23.

"Nós podemos vencer a luta contra a fome ", declarou em Roma, nesta quarta-feira, Dia Mundial da Alimentação, o brasileiro José Graziano da Silva, diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

As Nações Unidas celebraram a data afirmando que é possível erradicar a fome e reforçando a importância de garantir dietas equilibradas às pessoas.

Graziano disse que 62 de 128 países monitorados pela FAO alcançaram a meta de Desenvolvimento do Milênio de reduzir pela metade o número de pessoas com fome com base nos níveis de 1990, demonstrando que o objetivo seria exequível em 2015.

O número de famintos no mundo diminuiu recentemente, sobretudo graças ao crescimento econômico em países em desenvolvimento e a uma produtividade agrícola maior, mas ainda soma 842 milhões de pessoas.

Graziano disse que os efeitos nocivos da fome representam um custo correspondente a 5% da receita global devido aos custos dos cuidados de saúde e da perda de produtividade.

Outro tema importante discutido no Dia Mundial da Alimentação foi o custo de 1,3 bilhão de toneladas de alimentos que vão parar no lixo todos os anos, cerca de um terço do total da comida produzida.

"Com apenas um quarto disso, poderíamos alimentar os 842 milhões de famintos", disse Robert van Otterdijk, especialista em indústria agrícola da FAO.

Mathilde Iweins, coordenador de um relatório sobre o preço do desperdício de alimentos, disse que "as áreas agrícolas usadas para produzir alimentos que nunca serão comidos são tão grandes quanto o Canadá e a Índia juntos".

Mas a FAO destacou que a atenção ao tipo de comida consumida é tão importante quanto a alimentação em si, advertindo que dietas ruins representam altos custos para a sociedade.

Cerca de dois bilhões de pessoas no mundo deixam de ingerir vitaminas e minerais essenciais para a boa saúde, enquanto 1,4 bilhão de pessoas está acima do peso.

Crianças com problemas de crescimento podem correr um risco maior de desenvolver obesidade e doenças relacionadas na idade adulta, em um preocupante ciclo de desnutrição.

Entre aqueles com sobrepeso, "cerca de um terço é obeso e corre risco de desenvolver doença cardíaca coronariana, diabetes ou outros problemas de saúde", advertiu a FAO.

A agência reportou que, embora acabar com a desnutrição em todo o mundo "seja um desafio preocupante, o retorno do investimento seria alto".

Há a esperança de que espécies de cultivos ricos em nutrientes subutilizados virem moda, assim como o consumo de insetos, como os besouros.

No entanto, a FAO destacou que essas iniciativas precisam ser sustentadas por esforços globais para combater o desperdício.

"Obter a maior quantidade de comida com cada gota d'água, pedaço de terra, partícula de fertilizante e minuto de trabalho poupa recursos para o futuro e torna os sistemas mais sustentáveis", destacou a organização.

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"Nós podemos vencer a luta contra a fome ", declarou em Roma, nesta quarta-feira, Dia Mundial da Alimentação, o brasileiro José Graziano da Silva, diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

As Nações Unidas celebraram a data afirmando que é possível erradicar a fome e reforçando a importância de garantir dietas equilibradas às pessoas.

Graziano disse que 62 de 128 países monitorados pela FAO alcançaram a meta de Desenvolvimento do Milênio de reduzir pela metade o número de pessoas com fome com base nos níveis de 1990, demonstrando que o objetivo seria exequível em 2015.

O número de famintos no mundo diminuiu recentemente, sobretudo graças ao crescimento econômico em países em desenvolvimento e a uma produtividade agrícola maior, mas ainda soma 842 milhões de pessoas.

Graziano disse que os efeitos nocivos da fome representam um custo correspondente a 5% da receita global devido aos custos dos cuidados de saúde e da perda de produtividade.

Outro tema importante discutido no Dia Mundial da Alimentação foi o custo de 1,3 bilhão de toneladas de alimentos que vão parar no lixo todos os anos, cerca de um terço do total da comida produzida.

"Com apenas um quarto disso, poderíamos alimentar os 842 milhões de famintos", disse Robert van Otterdijk, especialista em indústria agrícola da FAO.

Mathilde Iweins, coordenador de um relatório sobre o preço do desperdício de alimentos, disse que "as áreas agrícolas usadas para produzir alimentos que nunca serão comidos são tão grandes quanto o Canadá e a Índia juntos".

Mas a FAO destacou que a atenção ao tipo de comida consumida é tão importante quanto a alimentação em si, advertindo que dietas ruins representam altos custos para a sociedade.

Cerca de dois bilhões de pessoas no mundo deixam de ingerir vitaminas e minerais essenciais para a boa saúde, enquanto 1,4 bilhão de pessoas está acima do peso.

Crianças com problemas de crescimento podem correr um risco maior de desenvolver obesidade e doenças relacionadas na idade adulta, em um preocupante ciclo de desnutrição.

Entre aqueles com sobrepeso, "cerca de um terço é obeso e corre risco de desenvolver doença cardíaca coronariana, diabetes ou outros problemas de saúde", advertiu a FAO.

A agência reportou que, embora acabar com a desnutrição em todo o mundo "seja um desafio preocupante, o retorno do investimento seria alto".

Há a esperança de que espécies de cultivos ricos em nutrientes subutilizados virem moda, assim como o consumo de insetos, como os besouros.

No entanto, a FAO destacou que essas iniciativas precisam ser sustentadas por esforços globais para combater o desperdício.

"Obter a maior quantidade de comida com cada gota d'água, pedaço de terra, partícula de fertilizante e minuto de trabalho poupa recursos para o futuro e torna os sistemas mais sustentáveis", destacou a organização.

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