Paulo Hartung: governador criticou o modelo de reeleição em vigor (Divulgação/Marcos Fernandes/PSDB)
Da Redação
Publicado em 16 de outubro de 2014 às 17h48.
Brasília - O governador eleito do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB), considerou que o partido ficou "chacoalhado" e passa por um momento de "revitalização" após os resultados do primeiro turno das eleições gerais.
Em entrevista nesta quinta-feira, 16, o peemedebista, que fez campanha para o candidato presidencial do PSDB, Aécio Neves, ressaltou que atualmente algumas figuras tradicionais do PMDB também optam por seguir um caminho eleitoral junto aos tucanos.
O PMDB é presidido pelo vice-presidente da República, Michel Temer, que compõem a chapa à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT).
"Evidentemente que o PMDB está chacoalhado. Com a minha vitória aqui no Espírito Santo; pelo bom debate que estamos estabelecendo no Rio Grande do Sul, com uma candidatura de José Ivo Sartori que surpreendeu os institutos de pesquisas. Está chacoalhado com a posição do Jarbas Vasconcelos que inicialmente caminhou com a Marina e agora com o Aécio. Com a posição do Pedro Simon", enumerou.
"Acho que tem um bom movimento dentro do PMDB. Uma certa revitalização dentro do PMDB está em curso", acrescentou.
Eleito para o terceiro mandato como governador, Hartung criticou o modelo de reeleição em vigor.
"Acho que a reeleição foi testada do ponto de vista institucional e não deu certo. É evidente que o resultado não é positivo porque o país não tem instituições que possam fiscalizar o uso da máquina administrativa e acaba numa desigualdade muito acentuada na disputa eleitoral" afirmou o peemedebista.
Para ele, outro problema é a dedicação dos governantes em se reelegeram.
"A maioria dos governantes ao tomar posse opera muito mais com a agenda da reeleição do que com os problemas do dia a dia. Isso atrasa o país, os estados e municípios".
Apoiado por Hartung, o candidato presidencial do PSDB, Aécio Neves, teve uma vitória apertada no estado. Ele ficou com 35,1% dos votos contra 33,1% de Dilma Rousseff (PT) e 28,7% de Marina Silva (PSB).
Para o governador eleito, os votos de Marina devem migrar para o tucano no estado. "Naturalmente o eleitor capixaba da Marina convergiu na direção do Aécio e vai produzir um resultado muito satisfatório", afirmou.
Segurança pública
Crítico à atuação dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, o governador considera que o governo federal deve participar de forma mais ativa na questão da segurança pública.
"Precisamos do governo federal participando do esforço pela segurança pública. Você tem um comportamento de Brasília em relação ao tema da segurança pública que é recorrente, o de empurrar para o lado, voltar à Constituição e declarar que essa atribuição é dos Estados federados, quando nós sabemos do papel do governo central, que se omite nessa tarefa", afirmou.