Protesto o aumento da passagem em São Paulo, dia 08/01/2016 (Reuters)
Valéria Bretas
Publicado em 13 de janeiro de 2016 às 11h00.
São Paulo – O protesto da noite de ontem contra o aumento das tarifas do transporte público de São Paulo foi marcado por uma série de confrontos entre manifestantes e a Polícia Militar (PM) que chegou a disparar bombas de gás lacrimogêneo e efeito moral nos manifestantes.
De acordo com o Secretário de Segurança Pública de São Paulo (SSP), Alexandre Moraes, a ação de ontem da PM se repetirá todas as vezes em que os manifestantes não cumprirem o trajeto estipulado previamente. O secretário diz que vai impor os caminhos.
A manifestação desta terça-feira começou por volta das 17h na Praça do Ciclista, próximo ao principal logradouro da cidade, na Avenida Paulista. O trajeto autorizado pela polícia passava somente pela região central de São Paulo, entre a Rua da Consolação e a Praça da República.
No entanto, os manifestantes entraram em conflito com a PM na tentativa de seguir em direção ao Largo da Batata. Neste momento, começaram os disparos das bombas.
Em nota, a SSP informou que 13 pessoas foram detidas durante o ato. "Foi necessária a intervenção da Polícia Militar, pois os manifestantes forçaram com violência o cordão de isolamento, se negando a seguir pela rua da Consolação, para seguir por vias que não estavam preparadas para a manifestação naquele momento".
Durante entrevista coletiva, Alexandre Moraes, afirmou que não observou abuso por parte da PM na repressão contra os manifestantes.
Já em sua página no Facebook, o Movimento Passe Livre (MPL) divulgou uma série de fotos de pessoas machucadas pela ação policial.
Em uma das postagens, o MPL publicou a foto de um estudante de ensino médio que ficou com fratura exposta no dedo ao ser atingido por uma bomba. Ele precisou passar por uma cirurgia, segundo o movimento.
Além disso, o movimento relatou ao portal G1, que uma mulher grávida de seis meses levou um chute de um policial na barriga e, ao cair, fraturou a costela. De acordo com o portal, o bebê não corre risco de vida.
"É assim que o governador e o prefeito garantem o direito à manifestação e respeitam os usuários de transporte. Continuam reprimindo manifestantes”, diz o MPL na rede social.
Na manhã de hoje, um grupo de 40 pessoas iniciou um novo protesto por volta das 6h40. Eles caminharam pela Avenida Vital Brasil, no Butantã, e seguiram para a Avenida Rebouças, no cruzamento com a Faria Lima. A ação terminou às 9h.
Abaixo, você vê relatos do protesto. Entre eles, a imagem da fratura do estudante, publicada no Facebook do MPL.