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PM prende 397 em 2 protestos de SP e número bate 2013

Os balanços refletem a mudança de estratégia da PM, que tenta dispersar os protestos com prisões antes de começar as depredações

Policiais deêm manifestantes em protesto contra a Copa do Mundo no Brasil: só no sábado, foram 262 detidos (Paulo Whitaker/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 24 de fevereiro de 2014 às 15h38.

São Paulo - O número de detidos pela Polícia Militar nos protestos de rua na capital paulista neste ano já supera o registrado em todas as manifestações de 2013.

Dados obtidos pelo Estado com a Secretaria da Segurança Pública (SSP) revelam que nos dois atos contra a Copa, realizados no dia 25 de janeiro e anteontem, 397 pessoas foram encaminhadas a delegacias para averiguação ou acusadas de vandalismo - em todo o ano passado, foram 374 detenções.

A SSP não informou em quantas manifestações essas prisões ocorreram. Levantamento feito pelo Estado mostra que foram realizados ao menos 15 grandes atos na capital em 2013.

Os balanços refletem a mudança de estratégia da PM, que tenta dispersar os protestos com prisões antes de começar as depredações. Só no sábado, foram 262 detidos.

Ontem, o comandante do policiamento na região central da capital, coronel Celso Luiz Pinheiro, disse que a polícia começou as prisões na Rua Xavier de Toledo, no centro, antes do quebra-qeubra para se antecipar à ação dos black blocs, e classificou a operação como "um sucesso". O tumulto começou em seguida.

"Tivemos menos danos ao patrimônio, menos policiais e menos civis feridos e menos confrontos", disse Pinheiro sobre o cerco feito pela PM a um grupo de 150 pessoas, incluindo jornalistas, na estreia do pelotão ninja - policiais especializados em artes marciais que aplicaram golpes em vez de dispararem balas de borracha. "A ação (policial) foi no exato momento em que recebemos a informação do nosso serviço de inteligência de que haveria quebra da ordem", afirmou o coronel.


Segundo a PM, cinco policiais, dois manifestantes e um jornalista ficaram feridos e ao menos duas agências bancárias foram depredadas. A megaoperação envolveu 2,3 mil policiais, número superior aos 1,5 mil manifestantes calculados pela polícia.

Apesar do aparato, nenhum dos detidos foi autuado em flagrante e todos foram liberados. No ano passado, foram 116 flagrantes, que resultaram em inquérito na Polícia Civil que já ouviu quase 300 pessoas.

Provas

De acordo com Pinheiro, embora a PM tenha se antecipado "a uma iminente quebra da ordem" anteontem, foi possível produzir provas contra os black blocs em vídeos feitos pela própria corporação.

O coronel pediu desculpas aos jornalistas que foram agredidos por policiais - ao menos seis chegaram a ser detidos e depois liberados - e disse que "excessos serão apurados" na corporação. "Não compactuamos com desvios de conduta", afirmou.

Para o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP), Marcos da Costa, "pelo volume de pessoas detidas, e por ter profissionais da imprensa, parece claro ter havido um excesso de autoridade."

"Tivemos a informação de que houve até mesmo o cerceamento de advogados no acompanhamento de pessoas encaminhadas à delegacia. Verificaremos amanhã e, se houve, nós vamos reagir à quebra de prerrogativas dos advogados", disse Costa.

A reclamação foi feita pelo Coletivo Advogados Ativistas. (Colaborou Herton Escobar). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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São Paulo - O número de detidos pela Polícia Militar nos protestos de rua na capital paulista neste ano já supera o registrado em todas as manifestações de 2013.

Dados obtidos pelo Estado com a Secretaria da Segurança Pública (SSP) revelam que nos dois atos contra a Copa, realizados no dia 25 de janeiro e anteontem, 397 pessoas foram encaminhadas a delegacias para averiguação ou acusadas de vandalismo - em todo o ano passado, foram 374 detenções.

A SSP não informou em quantas manifestações essas prisões ocorreram. Levantamento feito pelo Estado mostra que foram realizados ao menos 15 grandes atos na capital em 2013.

Os balanços refletem a mudança de estratégia da PM, que tenta dispersar os protestos com prisões antes de começar as depredações. Só no sábado, foram 262 detidos.

Ontem, o comandante do policiamento na região central da capital, coronel Celso Luiz Pinheiro, disse que a polícia começou as prisões na Rua Xavier de Toledo, no centro, antes do quebra-qeubra para se antecipar à ação dos black blocs, e classificou a operação como "um sucesso". O tumulto começou em seguida.

"Tivemos menos danos ao patrimônio, menos policiais e menos civis feridos e menos confrontos", disse Pinheiro sobre o cerco feito pela PM a um grupo de 150 pessoas, incluindo jornalistas, na estreia do pelotão ninja - policiais especializados em artes marciais que aplicaram golpes em vez de dispararem balas de borracha. "A ação (policial) foi no exato momento em que recebemos a informação do nosso serviço de inteligência de que haveria quebra da ordem", afirmou o coronel.


Segundo a PM, cinco policiais, dois manifestantes e um jornalista ficaram feridos e ao menos duas agências bancárias foram depredadas. A megaoperação envolveu 2,3 mil policiais, número superior aos 1,5 mil manifestantes calculados pela polícia.

Apesar do aparato, nenhum dos detidos foi autuado em flagrante e todos foram liberados. No ano passado, foram 116 flagrantes, que resultaram em inquérito na Polícia Civil que já ouviu quase 300 pessoas.

Provas

De acordo com Pinheiro, embora a PM tenha se antecipado "a uma iminente quebra da ordem" anteontem, foi possível produzir provas contra os black blocs em vídeos feitos pela própria corporação.

O coronel pediu desculpas aos jornalistas que foram agredidos por policiais - ao menos seis chegaram a ser detidos e depois liberados - e disse que "excessos serão apurados" na corporação. "Não compactuamos com desvios de conduta", afirmou.

Para o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP), Marcos da Costa, "pelo volume de pessoas detidas, e por ter profissionais da imprensa, parece claro ter havido um excesso de autoridade."

"Tivemos a informação de que houve até mesmo o cerceamento de advogados no acompanhamento de pessoas encaminhadas à delegacia. Verificaremos amanhã e, se houve, nós vamos reagir à quebra de prerrogativas dos advogados", disse Costa.

A reclamação foi feita pelo Coletivo Advogados Ativistas. (Colaborou Herton Escobar). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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