Plano de assassinato de Lula surpreende Planalto: é pior que o 8 de janeiro, dizem assessores
Com envolvimento de militares em plano de atentado, governo já debate possibilidade de Polícia Federal voltar a ter atuação direta na segurança do presidente e do vice
Repórter especial de Macroeconomia
Publicado em 19 de novembro de 2024 às 18h26.
O plano de assassinato contra o presidenteLuiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin surpreendeu os chefes do Executivo, afirmaram à Exame técnicos do Palácio do Planalto. A avaliação interna entre os auxiliares de Lula é de que o caso é ainda pior que os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
“Há muita diferença entre tentar um golpe e planejar os assassinatos do presidente eleito e do vice”, resumiu um auxiliar de Lula.
Como consequência imediata, a segurança do presidente deverá ser reforçada. O controle de acesso ao Palácio do Planalto e ao Palácio da Alvorada também serão reforçados. Além disso, o perfil dos seguranças do próprio presidente e do vice serão reavaliados.
Também se cogita que a Polícia Federal (PF) volte a ter uma função no aparato que auxilia Lula, afirmaram os técnicos do Planalto.
Futuro do GSI e Mauro Cid
O envolvimento direto de militares de alta patente no plano orquestrado para assassinar Lula deu ainda mais munição aos auxiliares de Lula que defendem um enfraquecimento e até a extinção do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República. A primeira-dama, Janja Lula da Silva, por exemplo, tem a segurança pessoal feita pela PF.
Policiais federais foram escalados na segurança de Lula e Janja durante a transição e nos primeiros meses de governo. A Secretaria Extraordinária de Segurança Imediata do Presidente da República foi criada em janeiro de 2023 e extinta em 30 de 2023. Com isso, o GSI voltou a ser responsável pela segurança de Lula.
No governo também há a expectativa de novos indícios de planos contra a segurança de Lula apareçam a partir de novos depoimentos do tenente-coronel Mauro Cid, que prestou novo depoimento nessa terça-feira, 19. A PF recuperou dados que haviam sido apagados de aparelhos eletrônicos de Cid, que auxiliaram nas investigações da operação de hoje. O depoimento dele foi para questioná-lo sobre eventuais omissões de sua colaboração premiada, que está sendo reanalisada pelos investigadores.