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Plano contra violência a negros chegará em cinco estados

O plano tem ações para reduzir a vulnerabilidade dos jovens negros em situações de violência e começou a ser implementado em setembro deste ano em cidades como Maceió

Evento Juventude Negra: o plano do governo federal reúne ações para reduzir a vulnerabilidade dos jovens em situações de violência (Antonio Cruz/ABr)

Evento Juventude Negra: o plano do governo federal reúne ações para reduzir a vulnerabilidade dos jovens em situações de violência (Antonio Cruz/ABr)

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Da Redação

Publicado em 27 de novembro de 2012 às 18h59.

Brasília - Implementado inicialmente em Alagoas, o Plano de Prevenção à Violência contra a Juventude Negra será expandido, no primeiro semestre de 2013, para mais cinco unidades federativas: Paraíba, Espírito Santo, Distrito Federal, Bahia e Rio Grande do Sul. O plano tem ações para reduzir a vulnerabilidade dos jovens negros em situações de violência e começou a ser implementado em setembro deste ano nas cidades de Maceió, Marechal Deodoro e Arapiraca.

As ações do plano, conhecido por Juventude Viva, foram discutidas hoje (27) em reunião com a participação de representantes do governo e da sociedade civil. A vulnerabilidade da juventude negra foi evidenciada por meio de dados que mostram que os homicídios são hoje a principal causa de morte de jovens de 15 a 29 anos no Brasil e atingem especialmente negros do sexo masculino, moradores das periferias e áreas metropolitanas dos centros urbanos. Dados do Ministério da Saúde mostram que 53,3% das 49,9 mil vítimas de homicídios em 2010 no Brasil eram jovens, dos quais 76,6% pretos e pardos e 91,3% do sexo masculino.

Lutar contra essa realidade é o que busca Rúbia do Nascimento, da Rede de Jovens do Nordeste. “A juventude negra vem sendo exterminada, violentada, mas a juventude negra é guerreira, forte, sobrevivente e carente de atenção de políticas públicas. Não somos o futuro, somos o hoje, e queremos agora”, disse ao participar do evento.


A ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Luiza Bairros, disse que o governo busca sensibilizar a sociedade para que haja a percepção sobre a desproporção numérica entre as mortes de jovens negros e de jovens brancos. “Em primeiro lugar, se percebe que existe na sociedade como um todo um desconhecimento muito grande dessa questão. Não se percebe a desproporção do número de mortes de jovens negros ante jovens de outros grupos”, observou.

Antes de expandir o plano para outros estados, a meta é ampliar a adesão dos jovens alagoanos. Para isso, a Secretaria Nacional de Juventude lança este mês uma campanha publicitária no estado para divulgar as ações e programas oferecidos pelo Juventude Viva. Alagoas foi o estado escolhido para abrigar as primeiras iniciativas pelo alto índice de violência registrado contra a juventude negra.

O plano do governo federal reúne ações para reduzir a vulnerabilidade dos jovens em situações de violência criando oportunidades que garantam a inclusão social e a autonomia e serviços públicos em territórios que concentram altos índices de homicídios. Outro eixo de atuação do plano é o enfrentamento do racismo com sensibilização de agentes públicos para a questão. “Nosso plano tem como missão promover os valores da igualdade e não da discriminação, o enfrentamento ao racismo, o respeito à vida, aos direitos da nossa juventude. É um esforço inédito para enfrentar a violência”, disse o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho.

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