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Planalto vê prisão de Geddel como pressão aos deputados

Esta semana, começa o processo para analisar a aceitação ou não da denúncia contra Temer pela Câmara dos Deputados

Temer: o governo teme que a prisão de Geddel possa ser só o começo da pressão sobre os deputados (REUTERS/Ueslei Marcelino/Reuters)
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Reuters

Publicado em 3 de julho de 2017 às 21h28.

Brasília - O Palácio do Planalto atribuiu a prisão do ex-ministro Geddel Vieira Lima - um dos homens mais próximos ao presidente Michel Temer - à tentativa do Ministério Público de "criar fatos" para aumentar a pressão sobre os deputados, que terão de aceitar ou não a denúncia contra o presidente, disseram à Reuters fontes palacianas.

De acordo com um auxiliar presidencial, a prisão de Geddel já estava "precificada" com o mercado e não chegou a ser uma surpresa. O próprio ex-ministro já acreditava que isso poderia acontecer, tanto que tentou evitar a prisão entregando seu passaporte e abrindo seus sigilos fiscal e telefônico ao STF.

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"É uma estratégia de pegar pessoas próximas ao governo. Estão tentando criar fatos para alimentar essa pressão em cima dos deputados", disse uma fonte.

Esta semana, começa o processo para analisar a aceitação ou não da denúncia contra Temer pela Câmara dos Deputados. O governo teme que a prisão de Geddel possa ser só o começo da pressão sobre os deputados.

Nos últimos meses, Temer viu, além de Geddel - um de seus amigos mais próximos-, o ex-ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, também um dos nomes de sua confiança, serem presos. Moreira Franco, ministro da Secretaria-Geral da Presidência, e Eliseu Padilha, da Casa Civil, os homens fortes do Planalto, também estão sendo investigados na Lava Jato.

Entre seus ex-assessores especiais, o ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures está em prisão domiciliar por ter negociado e recebido propina da empresa JBS, enquanto Tadeu Filipeli também foi preso por ter recebido propina nas obras da Copa do Mundo em Brasília.

Apesar da base ampla que possui, teoricamente, na Câmara, o governo ainda não tem garantia total de votos e incrementou a negociação com parlamentares para tentar que o relatório na Comissão de Constituição e Justiça já seja contrário ao recebimento da denúncia.

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