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Planalto vê atraso na decisão do STF de afastar Cunha

A presidente, Dilma, tem em Cunha um dos principais culpados pela abertura do processo de impeachment

Cunha: a presidente, Dilma, tem em Cunha um dos principais culpados pela abertura do processo de impeachment (Nilson Bastian/ Câmara dos Deputados)
DR

Da Redação

Publicado em 5 de maio de 2016 às 13h37.

Brasília - O Palácio do Planalto foi pego de surpresa pela decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki de suspender, por liminar, o mandato do presidente da Câmara , deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na manhã desta quinta-feira, quase cinco meses após o pedido da Procuradoria-Geral da República.

A satisfação, contudo, foi acompanhada por certa revolta dos auxiliares mais próximos da presidente Dilma Rousseff pela decisão não ter sido tomada antes, disseram à Reuters fontes palacianas.

Ao ser informada da decisão, pouco antes de embarcar para o Pará, Dilma avaliou como “justa” a decisão de Zavascki. Alguns dos ministros mais próximos, no entanto, consideraram que a liminar saiu tarde demais.

Se tivesse sido tomada ainda em dezembro, quando o pedido chegou ao Supremo, poderia ter alterado o resultado da votação da admissibilidade do processo de impeachment na Câmara. De acordo com uma fonte, Dilma, que tem duas agendas no Pará – visita à hidrelétrica de Belo Monte e entrega de residências do programa Minha Casa, Minha Vida, em Santarém – deve tratar do assunto em seus discursos.

A presidente tem em Cunha um dos principais culpados pela abertura do processo de impeachment.

Uma das linhas de defesa de Dilma no Congresso é a de que o presidente da Câmara aceitou o pedido de impeachment única e exclusivamente por vingança.

No último domingo, em discurso nas comemorações do primeiro de maio, em São Paulo, a presidente citou nominalmente Cunha pela primeira vez.

Ao chegar ao Congresso para a votação do relatório sobre a admissibilidade do processo de impeachment na Comissão Especial do Senado, o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, afirmou que o governo deve sim usar a decisão do STF para recorrer contra o impeachment.

“Nós já estamos pedindo e vamos pedir”, disse Cardozo a repórteres antes de fazer a defesa de Dilma em sessão da comissão especial do impeachment no Senado.

“A decisão do Supremo mostra clarissimamente e de forma indiscutível que Eduardo Cunha agiu em desvio de poder. Agia para obstaculizar a sua própria investigação.

É o que aconteceu no processo do impeachment.” Segundo Cardozo, a suspensão do mandato de Cunha confirma a tese da defesa de Dilma contra o pedido de impeachment, de que o parlamentar usa o cargo em desvio de poder.

"O que o Supremo decide hoje é justamente a demonstração do seu modus operandi (de Cunha), porque confirma a nossa tese."

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Brasília - O Palácio do Planalto foi pego de surpresa pela decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki de suspender, por liminar, o mandato do presidente da Câmara , deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na manhã desta quinta-feira, quase cinco meses após o pedido da Procuradoria-Geral da República.

A satisfação, contudo, foi acompanhada por certa revolta dos auxiliares mais próximos da presidente Dilma Rousseff pela decisão não ter sido tomada antes, disseram à Reuters fontes palacianas.

Ao ser informada da decisão, pouco antes de embarcar para o Pará, Dilma avaliou como “justa” a decisão de Zavascki. Alguns dos ministros mais próximos, no entanto, consideraram que a liminar saiu tarde demais.

Se tivesse sido tomada ainda em dezembro, quando o pedido chegou ao Supremo, poderia ter alterado o resultado da votação da admissibilidade do processo de impeachment na Câmara. De acordo com uma fonte, Dilma, que tem duas agendas no Pará – visita à hidrelétrica de Belo Monte e entrega de residências do programa Minha Casa, Minha Vida, em Santarém – deve tratar do assunto em seus discursos.

A presidente tem em Cunha um dos principais culpados pela abertura do processo de impeachment.

Uma das linhas de defesa de Dilma no Congresso é a de que o presidente da Câmara aceitou o pedido de impeachment única e exclusivamente por vingança.

No último domingo, em discurso nas comemorações do primeiro de maio, em São Paulo, a presidente citou nominalmente Cunha pela primeira vez.

Ao chegar ao Congresso para a votação do relatório sobre a admissibilidade do processo de impeachment na Comissão Especial do Senado, o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, afirmou que o governo deve sim usar a decisão do STF para recorrer contra o impeachment.

“Nós já estamos pedindo e vamos pedir”, disse Cardozo a repórteres antes de fazer a defesa de Dilma em sessão da comissão especial do impeachment no Senado.

“A decisão do Supremo mostra clarissimamente e de forma indiscutível que Eduardo Cunha agiu em desvio de poder. Agia para obstaculizar a sua própria investigação.

É o que aconteceu no processo do impeachment.” Segundo Cardozo, a suspensão do mandato de Cunha confirma a tese da defesa de Dilma contra o pedido de impeachment, de que o parlamentar usa o cargo em desvio de poder.

"O que o Supremo decide hoje é justamente a demonstração do seu modus operandi (de Cunha), porque confirma a nossa tese."

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