Brasil

Planalto decide demitir Rose e número 2 da AGU

Rosemary Nóvoa de Noronha foi indiciada pela PF por corrupção e tráfico de influência; o advogado-geral da União substituto, José Weber Holanda, também será exonerado


	Palácio do Planalto: Dilma tem insistido também que não haverá obstáculo às investigações da PF
 (Ana Araújo/Veja)

Palácio do Planalto: Dilma tem insistido também que não haverá obstáculo às investigações da PF (Ana Araújo/Veja)

DR

Da Redação

Publicado em 25 de novembro de 2012 às 19h08.

Brasília, São Paulo - A presidente Dilma Rousseff decidiu exonerar a chefe do escritório da Representação da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Nóvoa de Noronha, indiciada pela Polícia Federal por corrupção e tráfico de influência. O advogado-geral da União substituto, José Weber Holanda, também será exonerado da função que exerce de número 2 do órgão.

Os diretores das agências Agência Nacional de Águas (ANA), Paulo Rodrigues Vieira, e seu irmão, Rubens Rodrigues Vieira, da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que estão presos, serão afastados e responderão a processos disciplinares. O processo envolvendo os irmãos é considerado mais complexo pois a indicação deles passou pelo Congresso. Todos os servidores indiciados serão afastados ou demitidos. Os órgãos citados na Operação Porto Seguro da Polícia Federal passarão por sindicâncias internas para que responsabilidades sejam apuradas. As sindicâncias irão verificar se há envolvimento de outros funcionários nas denúncias.

A decisão de afastar, demitir e abrir investigações foi tomada na manhã de ontem pela presidente Dilma, em reunião com o ministro-chefe da Secretaria-Geral, Gilberto Carvalho, no Palácio da Alvorada. A presidente está muito irritada com toda a repercussão do caso e com os respingos que ele terá sobre o Planalto. Por isso, a pressa em chancelar os afastamentos e abrir as investigações internas, para dar demonstração de que o governo está agindo. Dilma tem insistido também que não haverá obstáculo às investigações da PF.

Ela quer saber a extensão dos casos em vários órgãos. A ideia é que até o marido de Rose, que trabalha na Infraero, seja alvo de investigação. Na Advocacia-Geral da União foi montado uma espécie de gabinete de crise, que avalia a extensão dos danos da atuação do número 2 da AGU, José Weber Holanda, que também teve todos os HDs e computadores apreendidos pelos agentes da PF.

Pedido. Dilma não gosta de despachar do escritório de São Paulo e só o faz quando é absolutamente necessário. Nunca teve simpatia por Rose, mas a manteve no cargo a pedido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de quem Rose é muito próxima.

A presidente também não gostou de como Rose se comportou quando a PF chegou ao escritório da Presidência para executar o mandado de busca e apreensão. "Ela deu um piti", contou um interlocutor de Dilma. Segundo relatos, ela desacatou os policiais."Vou ligar para a Presidência. Aqui vocês não entram", teria dito.

As exonerações e os afastamento dos servidores serão publicadas no Diário Oficial. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo

Acompanhe tudo sobre:CorrupçãoDilma RousseffEscândalosFraudesGoverno DilmaOperação Porto SeguroPersonalidadesPolícia FederalPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Brasil

Ministro da Justiça reage a caso de jovem baleada pela PRF: 'obrigação de dar exemplo'

Morre Roberto Figueiredo do Amaral, executivo da Andrade Gutierrez

Desabamento e veículos arrastados: véspera de natal é marcada por chuvas em BH

Avião desaparece no AM e mãe de piloto faz apelo por buscas do filho nas redes sociais