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Picciani dará posição majoritária do PMDB pelo impeachment

Picciani aguarda apenas a reunião da bancada, marcada para a manhã desta quinta-feira, 14, para anunciar a decisão da maioria


	Eduardo Cunha e Leonardo Picciani: "O PMDB estará o mais unido possível. Vou vocalizar a posição majoritária da bancada"
 (Antônio Cruz/ Agência Brasil)

Eduardo Cunha e Leonardo Picciani: "O PMDB estará o mais unido possível. Vou vocalizar a posição majoritária da bancada" (Antônio Cruz/ Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 13 de abril de 2016 às 16h44.

Brasília - Embora seja contra o afastamento da presidente Dilma Rousseff, o líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), será porta-voz da decisão da maioria dos 66 deputados de votar a favor do impeachment, na votação em plenário marcada para o próximo domingo, 17.

Picciani aguarda apenas a reunião da bancada, marcada para a manhã desta quinta-feira, 14, para anunciar a decisão da maioria.

O líder afirmou que não haverá fechamento de questão, em que os parlamentares são obrigados a seguir a decisão majoritária, sob pena de sofrerem punições que podem chegar à expulsão.

"O PMDB estará o mais unido possível. Vou vocalizar a posição majoritária da bancada. É mais do que liberação da bancada (em que cada deputado vota como quiser)", disse Picciani à reportagem, nesta quarta-feira, 13.

O líder reuniu-se com o vice-presidente Michel Temer na segunda e na terça-feira. Nos últimos dias, Temer conversou com mais de vinte deputados peemedebistas, o que fez ampliar o número de votos a favor do impeachment dentro da bancada.

Picciani acertou com o vice que ajudaria a consolidar a unidade do partido, embora esteja decidido a votar em plenário contra o impeachment. Picciani tem dito que, se o impeachment for aprovado e o vice assumir, "cem por cento da bancada estará com Temer".

Picciani disse à reportagem que não há possibilidade de se abster na votação de domingo. "Vou votar contra o impeachment e a bancada vai respeitar minha posição", declarou.

O líder disse que não haverá punição para os deputados que, como ele, ficarem ao lado da presidente. Segundo Picciani, a aprovação do fechamento de questão exige reunião conjunta da bancada e da executiva nacional do PMDB, com aprovação pela maioria dos dois grupos.

"A bancada não defende fechamento de questão. Não existe convocação da executiva nacional, nada foi marcado", afirmou.

Embora esteja clara a posição amplamente favorável ao impeachment no PMDB, o líder evita cálculos de número de votos e diz que vai aguardar a reunião desta quinta-feira.

Aliados de Picciani afirmam que o cenário hoje é de cerca de dez votos contra o impeachment e quase 60 a favor.

A bancada deverá crescer de 66 para 68 ou 69 deputados, com a chegada de parlamentares que estão licenciados para exercerem cargos no Executivo, como os ministros da Saúde, Marcelo Castro, da Aviação Civil, Mauro Lopes, e da Ciência e Tecnologia, Celso Pansera, que anunciaram a decisão de voltar à Câmara para votar contra o afastamento da presidente.

Desde o início do processo de impeachment, Picciani vinha dizendo que havia um grupo grande de deputados que votaria de acordo com a tendência majoritária pró ou contra o impeachment.

Caso a disputa entre governo e oposição estivesse paritária, o líder calculava poder entregar entre 25 e 28 votos contra o afastamento da presidente.

Nos últimos dias, porém, houve grande migração de votos pelo afastamento no PMDB. Deputados indecisos e antes favoráveis a Dilma passaram a adotar o discurso de sustentação de um possível governo Michel Temer, que já começaria com o voto contra o governo no próximo domingo.

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