Picciani assume postura contra o impeachment na Câmara
Fortalecido na reforma ministerial, o líder do PMDB assumiu a militância dentro da Câmara contra uma possível abertura do processo de impeachment da presidente
Da Redação
Publicado em 8 de outubro de 2015 às 22h11.
Brasília - Fortalecido na reforma ministerial, o líder do PMDB , deputado Leonardo Picciani (RJ), assumiu a militância dentro da Câmara contra uma possível abertura do processo de impeachment da presidente Dilma, com base no entendimento do Tribunal de Contas da União ( TCU ).
Em decisão unanime, os ministros da Corte de Contas apresentaram nessa quarta, 7, parecer contrário às pedaladas fiscais da gestão petista de 2014.
Em conversa com o jornal O Estado de S.Paulo, o peemedebista informou que já destacou integrantes da equipe técnica da bancada para "esmiuçar" o parecer do TCU que deverá ser discutido pelos integrantes da Comissão Mista do Orçamento (CMO).
Segundo ele, a depender do andamento das discussões no colegiado, não está descartada a apresentação de um voto em separado. Esse tipo de manobra ocorre, normalmente, para contrapor o parecer apresentado pelo relator escolhido pelo presidente da comissão, no caso da CMO, a senadora Rose de Freitas (PMDB-ES).
"O voto será numa linha construtiva. O nosso entendimento é que a decisão do TCU vale daqui para frente. Cria-se uma nova prática de gestão do orçamento. Mas transformar isso em algo que justifique um impeachment é um exagero", afirmou Picciani. "Além disso, ainda há toda uma discussão se o impedimento cabe em casos pretéritos como o que foi julgado pelo TCU", emendou.
Nos acertos realizados com a presidente Dilma Rousseff em torno da redefinição dos espaços na Esplanada, Picciani assegurou a prerrogativa de indicar os ministros de Ciência e Tecnologia, Celso Pansera (RJ), e da Saúde, Marcelo Castro (PI), que detém o maior orçamento da Esplanada.
Os argumentos apresentados pelo líder do PMDB se assemelham ao que vinha sendo colocados por integrantes da cúpula do governo antes da decisão do TCU de rejeitar, por unanimidade, as contas o governo Dilma relativas ao ano passado.
A postura de Picciani em defesa do Palácio do Planalto se contrapõe, porém, ao do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), rompido com o governo desde meados de julho deste ano, quando surgiram as primeiras suspeitas de envolvimento no esquema investigado pela Operação Lava Jato.
Rompimento
O alinhamento de Picciani com o governo e a sinalização de que não trabalhará pelo impeachment também teria sido um dos motivos para o rompimento com os líderes, ligados a Eduardo Cunha, que integravam até anteontem o maior bloco da Câmara.
Diante da tentativa de isolamento encampada pelos integrantes do PP, PTB, PSC e PHS, Picciani colocou em campo a estratégia de coletar assinaturas de integrantes da bancada do PMDB como forma de demonstrar que ainda detinha respaldo internamente.
Segundo integrantes do partido, dos 66 integrantes da bancada, 49 deputados assinaram o documento que previa a antecipação da recondução de Picciani na liderança.
A iniciativa não foi levada a diante mas serviu para demonstrar a Cunha e os líderes dos partidos que romperam com o PMDB que o deputado se mantinha com a maioria da bancada.
Após a coleta das assinaturas houve sinalizações do estabelecimento de uma "trégua" dos dois lados. Ontem, Cunha veio a público negar que tenha participado da dissolução do bloco. Um dos principais aliados dele, o líder do PTB, Jovair Arantes (GO), também passou a tecer elogios em público ao líder do PMDB.
"A grande queixa era a de colocar o PMDB com a tábua de salvação geral, que iria resolver o problema. Mas não é assim. Respeito pelo Picciani é total, jamais articulei saída do Picciani, ele é um deputado competente", ressaltou Jovair. Questionado se o novo bloco iria seguir o entendimento do líder do PMDB em defesa do governo num possível processo de impedimento de Dilma, Arantes respondeu: "Calma. Cada dia com a sua agonia".
Brasília - Fortalecido na reforma ministerial, o líder do PMDB , deputado Leonardo Picciani (RJ), assumiu a militância dentro da Câmara contra uma possível abertura do processo de impeachment da presidente Dilma, com base no entendimento do Tribunal de Contas da União ( TCU ).
Em decisão unanime, os ministros da Corte de Contas apresentaram nessa quarta, 7, parecer contrário às pedaladas fiscais da gestão petista de 2014.
Em conversa com o jornal O Estado de S.Paulo, o peemedebista informou que já destacou integrantes da equipe técnica da bancada para "esmiuçar" o parecer do TCU que deverá ser discutido pelos integrantes da Comissão Mista do Orçamento (CMO).
Segundo ele, a depender do andamento das discussões no colegiado, não está descartada a apresentação de um voto em separado. Esse tipo de manobra ocorre, normalmente, para contrapor o parecer apresentado pelo relator escolhido pelo presidente da comissão, no caso da CMO, a senadora Rose de Freitas (PMDB-ES).
"O voto será numa linha construtiva. O nosso entendimento é que a decisão do TCU vale daqui para frente. Cria-se uma nova prática de gestão do orçamento. Mas transformar isso em algo que justifique um impeachment é um exagero", afirmou Picciani. "Além disso, ainda há toda uma discussão se o impedimento cabe em casos pretéritos como o que foi julgado pelo TCU", emendou.
Nos acertos realizados com a presidente Dilma Rousseff em torno da redefinição dos espaços na Esplanada, Picciani assegurou a prerrogativa de indicar os ministros de Ciência e Tecnologia, Celso Pansera (RJ), e da Saúde, Marcelo Castro (PI), que detém o maior orçamento da Esplanada.
Os argumentos apresentados pelo líder do PMDB se assemelham ao que vinha sendo colocados por integrantes da cúpula do governo antes da decisão do TCU de rejeitar, por unanimidade, as contas o governo Dilma relativas ao ano passado.
A postura de Picciani em defesa do Palácio do Planalto se contrapõe, porém, ao do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), rompido com o governo desde meados de julho deste ano, quando surgiram as primeiras suspeitas de envolvimento no esquema investigado pela Operação Lava Jato.
Rompimento
O alinhamento de Picciani com o governo e a sinalização de que não trabalhará pelo impeachment também teria sido um dos motivos para o rompimento com os líderes, ligados a Eduardo Cunha, que integravam até anteontem o maior bloco da Câmara.
Diante da tentativa de isolamento encampada pelos integrantes do PP, PTB, PSC e PHS, Picciani colocou em campo a estratégia de coletar assinaturas de integrantes da bancada do PMDB como forma de demonstrar que ainda detinha respaldo internamente.
Segundo integrantes do partido, dos 66 integrantes da bancada, 49 deputados assinaram o documento que previa a antecipação da recondução de Picciani na liderança.
A iniciativa não foi levada a diante mas serviu para demonstrar a Cunha e os líderes dos partidos que romperam com o PMDB que o deputado se mantinha com a maioria da bancada.
Após a coleta das assinaturas houve sinalizações do estabelecimento de uma "trégua" dos dois lados. Ontem, Cunha veio a público negar que tenha participado da dissolução do bloco. Um dos principais aliados dele, o líder do PTB, Jovair Arantes (GO), também passou a tecer elogios em público ao líder do PMDB.
"A grande queixa era a de colocar o PMDB com a tábua de salvação geral, que iria resolver o problema. Mas não é assim. Respeito pelo Picciani é total, jamais articulei saída do Picciani, ele é um deputado competente", ressaltou Jovair. Questionado se o novo bloco iria seguir o entendimento do líder do PMDB em defesa do governo num possível processo de impedimento de Dilma, Arantes respondeu: "Calma. Cada dia com a sua agonia".