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PGR denuncia Arthur Lira por lavagem de dinheiro e prevaricação

Deputado aceitou propina de R$ 106 mil do então presidente da Companhia Brasileira de Transportes Urbanos (CBTU), Francisco Colombo, segundo a denúncia

Lira: PGR requer que o parlamentar repare os danos materiais causados, indenizando a União em R$ 106,4 mil (Luis Macedo/Agência Câmara)

Lira: PGR requer que o parlamentar repare os danos materiais causados, indenizando a União em R$ 106,4 mil (Luis Macedo/Agência Câmara)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 2 de abril de 2018 às 22h21.

A Procuradoria-Geral da República apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira, 2, denúncia contra o deputado Arthur Lira (PP/AL), líder do partido na Câmara dos Deputados, por lavagem de dinheiro e prevaricação. A procuradora-geral, Raquel Dodge, requer ainda a decretação da perda do mandato do parlamentar.

De acordo com a denúncia, em 10 de fevereiro de 2012 Lira aceitou propina de R$ 106 mil do então presidente da Companhia Brasileira de Transportes Urbanos (CBTU), Francisco Colombo, e enviou, para recebimento da quantia no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, o seu assessor parlamentar Jaymerson José Gomes.

A quantia foi entregue em dinheiro vivo, afirma a denúncia.

Momentos depois, com o intuito de ocultar a natureza e a origem ilícita do valor, Arthur Lira determinou que seu subordinado, antes de embarcar para Brasília, escondesse as notas pelo corpo, sob suas vestes, nos bolsos do paletó, junto à cintura e dentro das meias.

E, ainda, orientou que o funcionário dissimulasse a real propriedade do dinheiro, em caso de ser descoberto.

Ao tentar passar pelo aparelho de raio x, o assessor foi abordado por agentes aeroportuários e detido pela Polícia Federal.

Esquema do PP

A procuradora-geral esclarece que o crime cometido pelo parlamentar está inserido no contexto da Operação Lava Jato, mais precisamente no esquema criminoso revelado pelo doleiro Alberto Youssef, operador financeiro pelo PP.

Em outra denúncia apresentada pela PGR, em setembro do ano passado, o delator Youssef revelou que Lira, juntamente com seu pai, Benedito de Lira, "exercia influência nas sucessivas gestões da CBTU, inclusive na de Colombo".

"Francisco Colombo, para se manter na presidência da CBTU, oferecia e pagava vantagens indevidas a Arthur Cesar Pereira de Lira para que este, na condição de deputado federal, líder do PP na Câmara dos Deputados, com a prerrogativa de fazer indicações para cargos em comissão, mantivesse-o naquele cargo como nomeação política da agremiação", afirma Raquel.

Pedidos

Além de denunciar Arthur Lira pelos crimes de lavagem de dinheiro e prevaricação, a PGR requer que o parlamentar repare os danos materiais causados, no valor do montante recebido, e indenize a União em R$ 106,4 mil, "uma vez que as condutas ferem a ordem econômica, a administração da Justiça, o patrimônio moral da coletividade e a confiança coletiva nas instituições públicas".

Defesa

A reportagem tentou contato com a assessoria do deputado, mas ainda não obteve retorno.

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