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PGR denuncia Aécio Neves por propina de R$ 65 milhões

O senador é acusado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro; valor teria sido recebido como contrapartida por obras de usinas hidrelétricas

Aécio Neves: senador é acusado de receber propina de empreiteiras (Evaristo Sá/AFP)
AO

Agência O Globo

Publicado em 30 de abril de 2020 às 18h22.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou denúncia nesta quinta-feira contra o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) sob acusação de ter recebido propina de R$ 65 milhões como contrapartida por obras de usinas hidrelétricas que tiveram a participação de uma estatal mineira. Os crimes apontados são de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Segundo a acusação, os repasses foram feitos pelas empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez. Parte dos valores foi paga em dinheiro vivo e outra parte por meio de contas no exterior, que, segundo a denúncia, teriam usado até mesmo o esquema de lavagem do doleiro Dario Messer.

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Também foram denunciados o empresário Alexandre Accioly e o ex-presidente de Furnas Dimas Toledo, acusados de terem sido operadores do tucano para o recebimento dos recursos ilícitos.

"Aécio Neves recebeu indiretamente R$ 30 milhões de vantagem indevida, em razão de sua função pública, do grupo Odebrecht e R$ 35 milhões de vantagem indevida, em razão de sua função pública, da construtora Andrade Gutierrez", aponta a denúncia, assinada pela subprocuradora-geral da República Lindôra Maria Araújo, coordenadora do grupo da Lava-Jato na PGR.

A acusação se baseia em relatório concluído pela Polícia Federal no mês passado. Na investigação, doleiros ouvidos pela PF confirmaram ter viabilizado recursos para operadores de Aécio, utilizando o esquema de Dario Messer, o doleiro dos doleiros preso pela Lava-Jato do Rio. Pelos fatos investigados, a PF acusa Aécio dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Segundo o relatório da PF, a Odebrecht fez pagamentos de R$ 28,2 milhões por meio de dinheiro em espécie e também por meio do doleiro José Antônio Estevão Soares, integrante do esquema de Dario Messer. Os repasses foram intermediados por Dimas Toledo, afirma a PF.

Outro montante de R$ 1,7 milhão teria sido pago pela Odebrecht por meio de transferências no exterior a uma conta sediada em Singapura e que, segundo a investigação, pertence a Accioly. Já a Andrade Gutierrez teria repassado R$ 35 milhões por meio de dois investimentos feitos em uma holding dona da academia Bodytech e que pertence a Alexandre Accioly.

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