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PF prende quatro investigados em caso que envolve irmã de Aécio

Investigação cita Andrea Neves como suposta beneficiária de informações privilegiadas cedidas por agentes da corporação a advogados

Andrea Neves: operação da PF combate um esquema de corrupção ativa e organização criminosa em Minas Gerais (Reuters/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de junho de 2019 às 13h50.

São Paulo — A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quarta-feira, 5, a Operação Escobar, para combater um esquema de corrupção ativa, corrupção passiva, organização criminosa, obstrução de justiça e violação de sigilo funcional, em Minas Gerais. A investigação cita Andrea Neves, irmã do deputado Aécio Neves (PSDB/MG), como suposta beneficiária de informações privilegiadas cedidas por agentes da corporação a advogados.

A Escobar é desdobramento da Operação Capitu, investigação sobre suposto esquema de corrupção no Ministério da Agricultura no governo Dilma. Em novembro de 2018, a Capitu apreendeu documentos na residência de Andrea, em Belo Horizonte.

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Nesta quarta-feira, a PF prendeu quatro investigados - três mandados de prisão preventiva e um de prisão temporária. Os agentes cumpriram sete mandados judiciais de busca e apreensão nos escritórios dos advogados Ildeu da Cunha Pereira e Carlos Alberto Arges Júnior.

A PF apreendeu o celular de Sanzio Baioneta Nogueira, defensor de Andrea Neves. Os agentes também cumpriram mandados de intimação para que "possíveis envolvidos prestem esclarecimentos".

De acordo com a PF, a investigação teve início após a apreensão, "na casa de investigados", de documentos sigilosos e internos da Polícia Federal, quando do cumprimento de mandados da Operação Capitu, em novembro de 2018.

"Feitos os levantamentos e inúmeras diligências, foi possível constatar que advogados teriam cooptado servidores desta instituição, no intuito de obter, de forma ilegal, acesso a informações sigilosas ligadas a investigações em andamento nesta Superintendência", informou a Polícia Federal.

Segundo a investigação, os advogados com "acesso privilegiado às informações usavam tal artifício para oferecer a seus clientes facilidades ilegais".

Na avaliação dos federais, "tal atitude não só prejudica investigações como coloca em risco a segurança dos policiais envolvidos nos trabalhos".

Sobre a prisão de dois agentes seus, a Polícia Federal destacou. "A repressão contra atos de servidores do órgão policial é extremamente sensível e, embora cause desconforto aos investigadores e a toda a instituição, é essencial para a manutenção da lisura e do compromisso que a Polícia Federal tem de servir à sociedade brasileira".

Defesas

A reportagem fez contato com o escritório do advogado Sanzio Baioneta Nogueira, que defende Andrea Neves. O espaço está aberto para sua manifestação. A reportagem também tenta ouvir representantes dos advogados Ildeu da Cunha Pereira e Carlos Alberto Arges Júnior.

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