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PF prende policiais envolvidos em formação de milícias

Segundo a PF, o grupo de João Pessoa, na Paraíba, atuava basicamente como grupo de extermínio, matando presos e ex-presidiários em razão de acerto de contas


	Membro da Polícia Federal: desarticular grupos criminosos formado por policiais está entre a diretrizes das ações da PF este ano
 (Divulgação/Polícia Federal)

Membro da Polícia Federal: desarticular grupos criminosos formado por policiais está entre a diretrizes das ações da PF este ano (Divulgação/Polícia Federal)

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Da Redação

Publicado em 9 de novembro de 2012 às 18h51.

Brasília - A Polícia Federal (PF) prendeu nesta sexta-feira (9) mais de 30 policiais em João Pessoa, na Paraíba, envolvidos na formação de milícias e em grupos de extermínio. Segundo as investigações, PMs de diversas patentes -- incluindo major, capitão e sargento - policiais civis, delegados e agentes penitenciários atuariam em três organizações criminosas distintas, porém integradas pelo tráfico ilegal de armas e munições. Pelo menos seis assassinatos ocorridos durante as investigações teriam ligações com os presos na operação Squadre.

Segundo a PF, o primeiro grupo atuava basicamente como grupo de extermínio, matando presos e ex-presidiários em razão de acerto de contas. O segundo, comandado por oficiais da PM do Estado, chefiava uma empresa de segurança privada clandestina e lavava dinheiro para os demais integrantes do esquema criminoso. Já o terceiro grupo atuava extorquindo traficantes de drogas, assaltantes de banco e outros criminosos. Os agentes da Polícia Civil, da PM e os agentes penitenciários cobravam uma taxa para atrapalhar investigações e maquiar flagrantes.

Escutas telefônicas obtidas com autorização da Justiça mostram os investigados conversando sobre o andamento de um processo e o pagamento de propina de R$ 4 mil. Em outro áudio, um dos envolvidos pede para que um delegado da Polícia Civil encerre um inquérito. "É pessoa nossa", diz Edilson ao delegado Roberto Jorge. De acordo com o superintendente da PF na Paraíba, Marcelo Diniz Cordeiro, as investigações duraram mais de um ano. "É uma operação muito delicada porque estamos lidando com agentes do Estado, que conhecem técnicas de investigação. Foi preciso um amplo trabalho de inteligência," ressaltou.

Desarticular grupos criminosos formado por policiais está entre a diretrizes das ações da PF este ano. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, defendeu a atuação da PF no combate aos grupos milicianos e de extermínio formados por agentes das forças de segurança pública. Mais de 400 policiais federais foram deslocados para cumprirem os 75 mandados, sendo 35 de prisão preventiva, 10 de temporária, 11 de condução coercitiva e 19 de busca e apreensão em João Pessoa e cidades da Região Metropolitana, além de Recife e Petrolina, em Pernambuco.

A investigação contou com o apoio do Ministério Público Estadual e da Secretaria de Segurança e Defesa Social. Segundo a PF, as provas obtidas durante as investigações e na busca e apreensão devem ajudar na elucidação de diversos crimes praticados no Estado. As ações de inteligência teriam evitado execuções que seriam praticadas pelas milícias.

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