PF (Evaristo Sa/Getty Images)
Publicado em 19 de novembro de 2024 às 07h30.
Última atualização em 19 de novembro de 2024 às 08h35.
A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta terça-feira, 19, a Operação Contragolpe, para desarticular uma organização criminosa responsável por planejar um golpe de Estado para impedir a posse do governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022 e restringir o livre exercício do Poder Judiciário.
Segundo informações da PF, a investigação identificou um planejamento operacional detalhado que recebeu o nome de “Punhal Verde e Amarelo”, planejado para ser executado no dia 15 de dezembro de 2022. O plano incluía, de acordo com a Polícia Federal, os assassinatos de Lula, presidente eleito na época, e de seu vice, Geraldo Alckmin.
Além do presidente e vice-presidente eleitos, estava incluído entre os alvos de assassinato um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) que não teve seu nome revelado, mas que estava sendo monitorado de forma permanente pelos investigados.
Investigadores afirmam que o ministro Alexandre de Moraes era o alvo dos suspeitos. A informação foi inicialmente divulgada pelo blog da Camila Bonfim, no portal G1, e confirmada pela EXAME.
A PF confirmou à EXAME que os cinco mandados de prisão preventiva contra militares com formação em Forças Especiais (FE) já foram cumpridos.
Entre os investigados presos estão um agente da Polícia Federal e quatro kids pretos, militares da ativa ou da reserva do Exército especialistas em operações especiais.
Os agentes ainda atuaram em três mandados de busca e apreensão e 15 medidas cautelares que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, além de proibir qualquer um dos alvos das investigações de deixar o país, bem como a exigência de entregar dos passaportes em até 24h.
De acordo com a nota divulgada pela Polícia, os suspeitos ainda estão suspensos de qualquer exercício da função pública.
O Exército Brasileiro acompanhou o cumprimento dos mandados, que foram realizados no Rio de Janeiro, Goiás, Amazonas e Distrito Federal.
Os fatos investigados nesta fase da investigação configuram, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, Golpe de Estado e organização criminosa.
A operação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Segundo a PF, o planejamento elaborado pelos investigados detalhava os recursos humanos e bélicos necessários para a realização do crime e contava com uso de técnicas operacionais militares avançadas, além de posterior instituição de um “Gabinete Institucional de Gestão de Crise”, a ser integrado pelos próprios investigados para o gerenciamento de conflitos institucionais originados em decorrência das ações.