PF investiga furto de mais de 420 obras da biblioteca da UFRJ
A ideia é que a Interpol também seja acionada para identificar a possível comercialização dessas obras no exterior
Agência Brasil
Publicado em 4 de maio de 2017 às 11h21.
Última atualização em 4 de maio de 2017 às 11h25.
A Polícia Federal (PF) abriu inquérito para investigar o furto de mais de 420 obras do acervo de uma biblioteca da Universidade Federal do Rio de Janeiro ( UFRJ ).
Entre os livros furtados da Biblioteca Pedro Calmon, na Praia Vermelha, na zona sul da capital fluminense, 303 são raros. A UFRJ, no entanto, ainda está fazendo um levantamento que pode aumentar ainda mais esse número.
De acordo com a universidade, o furto foi constatado em outubro do ano passado, quando a Polícia Civil de São Paulo encontrou obras de propriedade da UFRJ. Ao confirmar o furto, a instituição registrou o crime junto à PF e abriu sindicância para investigar eventuais responsabilidades.
A sindicância, que se encerrou em março deste ano, constatou que o processo de reforma do edifício na Praia Vermelha, onde está a biblioteca, pode ter favorecido a ação criminosa e que o roubo foi realizado por pessoa que possuía informação sobre a importância da coleção.
Como o número de obras furtadas é muito grande, uma nova sindicância foi aberta para aprofundar as investigações.
Levantamento
Representantes da UFRJ têm audiência hoje com a Polícia Federal para apresentar informações sobre o levantamento das obras furtadas. A ideia é que a PF e o Instituto Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) acionem também a Interpol, para identificar possível comercialização dessas obras no exterior.
Desde que constatou a subtração dos livros, a universidade informou que vem reforçando os mecanismos de segurança já existentes. Por meio de nota, a UFRJ fez um apelo às pessoas que tenham adquirido inadvertidamente as obras, para que as devolvam à instituição.
"Estamos diante de um golpe muito doloroso para a história da ciência e para a cultura do país, e para os pesquisadores que usam as obras para estudos de grande relevância. O fato é inaceitável sob todos os pontos-de-vista", diz a nota.