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PF investiga corrupção na cúpula do governo de Mato Grosso do Sul

Governador do Mato Grosso do Sul e candidato à reeleição, Reinaldo Azambuja (PSDB), é alvo de um dos mandados de busca e apreensão

PF: governador do MS e candidato à reeleição, Reinaldo Azambuja (PSDB), é alvo nesta quarta-feira de mandados de busca e apreensão (Vagner Rosário/VEJA)

PF: governador do MS e candidato à reeleição, Reinaldo Azambuja (PSDB), é alvo nesta quarta-feira de mandados de busca e apreensão (Vagner Rosário/VEJA)

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Reuters

Publicado em 12 de setembro de 2018 às 08h38.

Rio de Janeiro - O governador do Mato Grosso do Sul e candidato à reeleição, Reinaldo Azambuja (PSDB), é alvo nesta quarta-feira de mandados de busca e apreensão sendo cumpridos pela Polícia Federal no âmbito de operação deflagrada com base nas delações de executivos da holding J&F, de acordo com a TV Globo.

A Polícia Federal confirmou em comunicado a realização de operação nesta manhã para combater um "esquema de pagamento de propina a representantes da cúpula do Poder Executivo Estadual", mas não identificou os alvos dos mandados judiciais.

De acordo com a PF, a chamada operação Vostok tem por base os termos de colaboração premiada de executivos de uma "grande empresa do ramo frigorífico" que deixou de recolher aos cofres públicos mais de 200 milhões de reais por meio de créditos tributários concedidos através de um esquema fraudulento.

"O inquérito foi autorizado e tramita perante o Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília, que decretou as medidas em cumprimento", disse a PF em nota.

"Parte da propina acertada teria sido viabilizada antecipadamente na forma de doação eleitoral oficial, ainda durante a campanha para as eleições em 2014; e alguns pagamentos também teriam ocorrido mediante entregas de valores em espécie, realizadas nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, no ano de 2015", acrescentou.

Executivos da J&F, holding que controla a JBS, fecharam acordos de delação premiada no ano passado que envolveram diversos políticos de diferentes partidos e têm servido de base para investigações das autoridades.

No total cerca de 220 policiais federais cumprem 41 mandados de busca e apreensão e 14 mandados de prisão temporária na capital de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, e nos municípios de Aquidauana, Dourados, Maracaju, Guia Lopes de Laguna, além de Trairão, no Estado do Pará. São alvos das medidas os endereços residenciais e comerciais dos investigados e os seus locais de trabalho.

Segundo a PF, outras empresas do ramo agropecuário e frigorífico também emitiram notas fiscais frias para dissimulação do esquema de pagamento de propina. Pecuaristas locais responsáveis pela emissão das notas fiscais frias também estão entre os alvos da ação, incluindo um deputado estadual e um conselheiro do Tribunal de Contas Estadual.

A operação no Mato Grosso do Sul ocorre um dia após o ex-governador do Paraná e candidato ao Senado Beto Richa (PSDB) ter sido preso por suspeita de recebimento de propina para o direcionamento de licitação para um programa implantado para recuperar e modernizar estradas rurais paranaenses por meio da locação de máquinas pesadas pelo governo.

O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, reconheceu na terça-feira que a prisão de Richa fragiliza o partido.

O governo do Mato Grosso do Sul não respondeu de imediato a um pedido de comentário, assim como a J&F.

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