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PF desarticula quadrilha suspeita de fraudar R$ 19 bilhões

De acordo com a polícia, servidores repassavam informações privilegiadas obtidas dentro do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais


	Brasão da Polícia Federal: outro destaque da investigação é que o grupo utilizava outras empresas para dissimular as ações e o fluxo do dinheiro, que era lavado
 (Wikimedia Commons)

Brasão da Polícia Federal: outro destaque da investigação é que o grupo utilizava outras empresas para dissimular as ações e o fluxo do dinheiro, que era lavado (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 26 de março de 2015 às 14h20.

Brasília - A Policia Federal (PF) deflagrou hoje (26) a Operação Zelotes, com o objetivo de desarticular organizações que atuavam junto ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) — o antigo Conselho de Contribuintes da Receita — manipulando o trâmite de processos e o resultado de julgamentos. 

O prejuízo estimado aos cofres da União pode chegar a R$ 19 bilhões. Valor economizado pelas empresas envolvidas, segundo a PF. Participam também da operação o Ministério Público Federal, a Corregedoria do Ministério da Fazenda e a Receita Federal.

As investigações começaram em 2013, quando foi descoberta uma organização que "atuava no interior do órgão patrocinando interesses privados, buscando influenciar e corromper conselheiros com o objetivo de conseguir a anulação ou diminuir os valores dos autos de infrações da Receita Federal".

De acordo com a PF, servidores repassavam informações privilegiadas obtidas dentro do conselho para escritórios de assessoria, consultoria ou advocacia em Brasília, São Paulo e outras localidades, para que estes realizassem captação de clientes e intermediassem a contratação de “facilidades” dentro do Carf.

As investigações identificaram que, em diversas ocasiões, foram constatados tráfico de influência no convencimento de empresas devedoras ao fisco.

"Eram oferecidos manipulação do andamento de processo, pedidos de vista, exame de admissibilidade de recursos e ainda decisões favoráveis no resultado de julgamentos de recursos a autos de infrações tributárias, por meio da corrupção de conselheiros", informou a PF.

Outro destaque da investigação, segundo os agentes, é que o grupo utilizava outras empresas para dissimular as ações e o fluxo do dinheiro, que era lavado, e retornava como patrimônio aparentemente lícito para estas empresas.

A PF informou que os investigados responderão pelos crimes de advocacia administrativa fazendária, tráfico de influência, corrupção passiva, corrupção ativa, associação criminosa, organização criminosa e lavagem de dinheiro.  

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