Agente da Polícia Federal: Cerca de 70 policiais e 12 agentes da Corregedoria do Ministério da Fazenda cumprem hoje 23 mandados de busca e apreensão, sendo cinco em Brasília, 17 no Rio de Janeiro e um em São Paulo (Divulgação/Polícia Federal)
Da Redação
Publicado em 1 de julho de 2015 às 14h55.
A Polícia Federal (PF) confiscou oito imóveis em Brasília e apreendeu R$ 70 mil em diversas moedas na casa de um servidor no Rio de Janeiro na Operação Vícios, deflagrada hoje (1º) para investigar suspeita de fraude na renovação do contrato de gerenciamento do Sistema de Controle de Bebidas (Sicobe).
Também foram apreendidos computadores e mídias eletrônicas que serão analisados. Segundo a PF, em um primeiro momento, os crimes apurados são de associação criminosa, fraude em licitação e corrupção.
Cerca de 70 policiais e 12 agentes da Corregedoria do Ministério da Fazenda cumprem hoje 23 mandados de busca e apreensão, sendo cinco em Brasília, 17 no Rio de Janeiro e um em São Paulo.
Os oito imóveis confiscados são de um casal suspeito de integrar o esquema, em que servidores da Receita Federal e da Casa da Moeda teriam formado um conluio para favorecer a empresa Sicpa Brasil Indústria de Tintas e Sistemas Ltda nas especificidades exigidas no contrato de renovação do gerenciamento do Sicobe, no ano passado. Os imóveis estariam avaliados em ao menos R$ 10 milhões, segundo a PF.
O delegado Tássio Muzzi, da Delegacia de Combate a Crimes Financeiros e Desvio de Recursos Públicos, disse nesta manhã à imprensa que há indícios de que o esquema também envolvia lavagem internacional de dinheiro, em países como Estados Unidos e Suíça, e na segunda fase das investigações serão apuradas essas suspeitas. A Justiça já autorizou a cooperação internacional para a investigação, de acordo com o delegado.
A operação partiu de uma denúncia da Casa da Moeda, e a suspeita é que R$ 100 milhões teriam sido pagos em propina para servidores da própria Casa da Moeda e da Receita Federal. Segundo o delegado, os indícios encontrados até agora não sustentam pedidos de prisão.
O delegado afirma que as suspeitas são sobre a contratação e não na execução do serviço, pela qual foram pagos R$ 6 bilhões em seis anos.