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PF confisca 1,5 tonelada de cocaína do grupo de "Cabeça Branca"

A organização é supostamente liderada por Luiz Carlos da Rocha, o "Barão das Drogas", que se submeteu a cirurgias plásticas para mudar o rosto

Cocaína: além da droga, a PF confiscou US$ 4,54 milhões (Getty Images/Getty Images)

Cocaína: além da droga, a PF confiscou US$ 4,54 milhões (Getty Images/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de julho de 2017 às 15h33.

A Polícia Federal confiscou US$ 4,54 milhões e 1,5 tonelada de cocaína da organização supostamente liderada por Luiz Carlos da Rocha, o "Cabeça Branca", apontado como o "Barão das Drogas".

Ele foi preso sábado, 1, durante a Operação Spectrum, deflagrada pela PF.

A PF constatou que "Cabeça Branca" se submeteu a uma série de cirurgias plásticas para mudar o rosto e tentar dificultar sua identificação e localização.

O balanço parcial da Spectrum foi divulgado nesta segunda-feira, 3. A polícia ainda rastreia outros bens adquiridos pela organização de 'Cabeça Branca' com recursos do tráfico internacional.

Segundo a PF, os US$ 4,54 milhões foram encontrados em uma casa e em um apartamento na cidade de São Paulo.

A cocaína foi localizada em três endereços diferentes.

Também foram apreendidos joias, carros, relógios, documentos e computadores.

"Cabeça Branca", um dos traficantes mais procurados pela PF e Interpol na América do Sul foi preso no Paraná. Ele já está condenado a uma pena superior a 50 anos de prisão.

A PF informou que cerca de 150 agentes foram mobilizados na Operação Spectrum para cumprimento de 24 mandados judiciais, sendo 2 de prisão preventiva, 9 de busca e apreensão em imóveis, 10 de busca e apreensão de veículos e 3 de conduções coercitivas nas cidades de Londrina (PR), Araraquara, Cotia e Embu das Artes - estas em São Paulo, Sorriso (MT) e também na capital paulista.

As ordens judiciais foram expedidas pela 23ª Vara Federal de Curitiba.

O nome da operação, derivado do latim, tem o significado na língua portuguesa como espectro/fantasma, uma referência ao líder do esquema, "que vivia discretamente e nas sombras, reconhecido no meio policial pela experiência internacional, transcontinental e com larga rede ilegal de relacionamentos, desviando-se das investidas policiais há quase 30 anos".

Segundo a Federal, Luiz Carlos da Rocha foi recentemente localizado pela área de combate ao tráfico de drogas da Polícia Federal mesmo com as alterações de suas feições faciais promovidas mediante cirurgias plásticas, a exemplo do que fez outro mega traficante internacional preso pela Polícia Federal em 2007, o colombiano Juan Carlos Ramírez-Abadía, vulgo Chupeta.

Diante da suspeita de identificação de Cabeça Branca, foi acionada área pericial da Polícia Federal que, de posse de dados fotográficos com os antigos traços faciais de Luiz Carlos da Rocha e a atual identidade fotográfica de Vitor Luiz de Moraes, concluiu-se que Luiz Carlos da Rocha e Vitor Luiz de Moraes é a mesma pessoa.

"A organização criminosa de tráfico internacional de drogas liderada por Luiz Carlos da Rocha, o Cabeça Branca, possuía perfil de extrema periculosidade e violência, sendo desvendada durante as investigações a utilização de escoltas armadas, ações evasivas, carros blindados, ações de contra vigilância a fim de impedir a proximidade policial, porte de armas de grosso calibre, bem como o emprego de ações violentas e atos de intimidação para se manter em atividade por aproximadamente 30 anos no tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro", informou a PF.

A Federal destaca que o esquema "comandado por Cabeça Branca" operava como uma estrutura empresarial, controlando e agindo desde a área de produção em regiões inóspitas e de selva em países como a Bolívia, Peru e Colômbia, até a logística de transporte, distribuição e manutenção de entrepostos no Paraguai e no Brasil, fixando-se também em áreas estratégicas próximas aos principais portos brasileiros e grandes centros de consumo, dedicando-se à exportação de cocaína para Europa e Estados Unidos.

Segundo a PF, 'Cabeça Branca' é um dos principais fornecedores de cocaína para facções criminosas paulistas e cariocas.

A PF estima que a organização do 'Barão das Drogas' distribuía 5 toneladas de cocaína por mês.

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