Brasil

PF conclui investigação sobre doações da Odebrecht para MDB

Investigação inclui o nome de Michel Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Minas e Energia)

Odebrecht: empreiteira teria transferido cerca de R$ 14 milhões para a campanha eleitoral do PMDB em 2014 (Nacho Doce/Reuters)

Odebrecht: empreiteira teria transferido cerca de R$ 14 milhões para a campanha eleitoral do PMDB em 2014 (Nacho Doce/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 6 de setembro de 2018 às 13h29.

A Polícia Federal concluiu o inquérito que investigou repasses indevidos da empreiteira Odebrecht a integrantes do MDB, incluindo o presidente Michel Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Minas e Energia). Segundo o inquérito, enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), a Odebrecht teria transferido cerca de R$ 14 milhões para a campanha eleitoral do PMDB (hoje MDB) em 2014.

No relatório encaminhado ao ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no STF, o delegado Thiago Machado Delabary conclui que há indícios de que Temer supostamente praticou crime de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Os dois ministros teriam praticado crime de corrupção passiva.

Em nota, o Palácio do Planalto contestou a conclusão do inquérito da Polícia Federal: "é um atentado à lógica e à cronologia dos fatos". Disse ainda que "a investigação se mostra a mais absoluta perseguição ao presidente, ofendendo os princípios mais elementares da conexão entre causa e efeito".

Segundo a nota, o pedido de apoio à campanha eleitoral do PMDB "ocorreu dentro de todos ditames legais", e os recursos doados em contas do partido foram declarados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). "Agora, sem conseguir comprovar irregularidades nas doações, o delegado aponta supostos pagamentos ocorridos em março como prova dos crimes, ou seja, dois meses antes do jantar", destaca o Planalto, em referência a um encontro, no Palácio do Jaburu, com a participação de Temer, Padilha e Odebrecht, ocorrido em maio de 2014.

A Polícia Federal investigou o repasse para o MDB de R$ 4 milhões, que teriam sido pedidos por Moreira Franco, e de R$ 10 milhões, que teriam sido negociados por Padilha. As articulações, que seriam do conhecimento de Temer, na época vice-presidente da República, foram narradas por dirigentes da empreiteira, incluindo Marcelo Odebrecht, Cláudio Melo Filho, José de Carvalho Filho, Benedito Barbosa Júnior e Paulo Cesena, em acordo de delação premiada.

Conforme o relatório do delegado, "o conjunto de elementos contidos nos autos realmente demonstra a atuação consorciada dos investigados, com segmentação de tarefas e divisão dos valores arrecadados, inclusive". A defesa de Padilha disse que se manifestará nos autos e Moreira Franco negou envolvimento nos fatos narrados no inquérito. O inquérito envolve outros emedebistas como Eduardo Cunha e Paulo Skaf, além de José Yunes e João Batista Lima, amigos de Temer, que também já negaram as acusações.

Acompanhe tudo sobre:MDB – Movimento Democrático BrasileiroMichel TemerNovonor (ex-Odebrecht)Polícia Federal

Mais de Brasil

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP

Governos preparam contratos de PPPs para enfrentar eventos climáticos extremos

Há espaço na política para uma mulher de voz mansa e que leva as coisas a sério, diz Tabata Amaral