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PF apura como Pizzolato financiou fuga para Itália

Há suspeitas de que o ex-diretor do BB condenado no mensalão tenha movimentado altos valores de uma conta na Suíça

Henrique Pizzolato, ex-diretor do Banco do Brasil: no caso do mensalão, Pizzolato foi condenado por receber R$ 326 mil de propina para favorecer uma das empresas de Marcos Valério (Wikimedia Commons)
DR

Da Redação

Publicado em 18 de fevereiro de 2014 às 08h28.

Brasília - A Polícia Federal instaurou inquérito para investigar como o ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato financiou sua fuga para a Itália.

Condenado no processo do mensalão a pena de 12 anos e 7 meses de detenção em regime fechado, o petista deixou o país em setembro, dois meses antes de ter a prisão decretada. Acabou capturado em 5 de fevereiro. O Brasil tenta sua extradição.

A investigação será comandada pela PF do Rio, cidade onde Pizzolato vivia antes de fugir.

Há suspeitas de que o ex-diretor do Banco do Brasil condenado no mensalão pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato tenha movimentado altos valores de uma conta na Suíça.

A polícia italiana também descobriu contas abertas na Espanha com o nome de Celso Pizzolato, irmão morto de quem Henrique assumiu a identidade após a fuga.

A nova investigação tentará descobrir a origem do dinheiro usado por Pizzolato e as transferências monetárias feitas pelo condenado do mensalão.

Na captura, na cidade de Maranello, no norte da Itália, a polícia italiana apreendeu com Pizzolato 15 mil e US$ 2 mil. Vizinhos disseram que ele comprava tudo em dinheiro. Pizzolato recebe aposentadoria de cerca de R$ 25 mil da Previ, fundo de pensão dos servidores do Banco do Brasil.

Após ser preso em fevereiro, ele passou a ser defendido pelo advogado Lorenzo Bergami, designado pelas autoridades italianas. Ou seja, Bergami é uma espécie de defensor público.


O trabalho da PF é feito em parceria com o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI) do Ministério da Justiça. Os pedidos de bloqueio de contas no exterior são feitos mediante requisição à Secretaria Nacional de Justiça, à qual o DRCI é subordinado.

O secretário de Justiça, Paulo Abrão, disse que não comentaria sobre o assunto porque o processo tramita em segredo de Justiça. Em entrevista coletiva na ocasião da prisão de Pizzolato, a PF chegou a informar que não tinha conhecimento de dinheiro de Pizzolato no exterior.

Paralelamente à investigação sobre o financiamento da fuga de Pizzolato - a suspeita maior é de que ele tenha cometido o crime de lavagem de dinheiro -, a PF também investiga o ex-diretor do BB em Santa Catarina, pelo crime de falsidade ideológica por causa do uso de documentos falsos.

Pizzolato começou a planejar sua fuga ainda em 2007, quando obteve os primeiros documentos em nome do irmão Celso, morto num acidente de carro em 1978. Pizzolato tirou passaporte, RG, título de eleitor e até declarou imposto de renda usando os documentos em nome do morto.

No caso do mensalão, Pizzolato foi condenado por receber R$ 326 mil de propina para favorecer uma das empresas de Marcos Valério, apontado como o operador do mensalão, em contratos com o Banco do Brasil.

Como ex-diretor do banco, Pizzolato participou, segundo o Supremo Tribunal Federal, do desvio de aproximadamente R$ 73 milhões do Fundo Visanet para alimentar o esquema. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Brasília - A Polícia Federal instaurou inquérito para investigar como o ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato financiou sua fuga para a Itália.

Condenado no processo do mensalão a pena de 12 anos e 7 meses de detenção em regime fechado, o petista deixou o país em setembro, dois meses antes de ter a prisão decretada. Acabou capturado em 5 de fevereiro. O Brasil tenta sua extradição.

A investigação será comandada pela PF do Rio, cidade onde Pizzolato vivia antes de fugir.

Há suspeitas de que o ex-diretor do Banco do Brasil condenado no mensalão pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato tenha movimentado altos valores de uma conta na Suíça.

A polícia italiana também descobriu contas abertas na Espanha com o nome de Celso Pizzolato, irmão morto de quem Henrique assumiu a identidade após a fuga.

A nova investigação tentará descobrir a origem do dinheiro usado por Pizzolato e as transferências monetárias feitas pelo condenado do mensalão.

Na captura, na cidade de Maranello, no norte da Itália, a polícia italiana apreendeu com Pizzolato 15 mil e US$ 2 mil. Vizinhos disseram que ele comprava tudo em dinheiro. Pizzolato recebe aposentadoria de cerca de R$ 25 mil da Previ, fundo de pensão dos servidores do Banco do Brasil.

Após ser preso em fevereiro, ele passou a ser defendido pelo advogado Lorenzo Bergami, designado pelas autoridades italianas. Ou seja, Bergami é uma espécie de defensor público.


O trabalho da PF é feito em parceria com o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI) do Ministério da Justiça. Os pedidos de bloqueio de contas no exterior são feitos mediante requisição à Secretaria Nacional de Justiça, à qual o DRCI é subordinado.

O secretário de Justiça, Paulo Abrão, disse que não comentaria sobre o assunto porque o processo tramita em segredo de Justiça. Em entrevista coletiva na ocasião da prisão de Pizzolato, a PF chegou a informar que não tinha conhecimento de dinheiro de Pizzolato no exterior.

Paralelamente à investigação sobre o financiamento da fuga de Pizzolato - a suspeita maior é de que ele tenha cometido o crime de lavagem de dinheiro -, a PF também investiga o ex-diretor do BB em Santa Catarina, pelo crime de falsidade ideológica por causa do uso de documentos falsos.

Pizzolato começou a planejar sua fuga ainda em 2007, quando obteve os primeiros documentos em nome do irmão Celso, morto num acidente de carro em 1978. Pizzolato tirou passaporte, RG, título de eleitor e até declarou imposto de renda usando os documentos em nome do morto.

No caso do mensalão, Pizzolato foi condenado por receber R$ 326 mil de propina para favorecer uma das empresas de Marcos Valério, apontado como o operador do mensalão, em contratos com o Banco do Brasil.

Como ex-diretor do banco, Pizzolato participou, segundo o Supremo Tribunal Federal, do desvio de aproximadamente R$ 73 milhões do Fundo Visanet para alimentar o esquema. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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