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PF apreende R$ 400 mil em dinheiro vivo com operador na Operação Rizoma

Esquema de propinas de R$ 20 milhões envolve fundos de pensão dos Correios (Postalis) e do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro)

Polícia Federal: organização não revelou o nome do operador com quem foram apreendidos os maços de dinheiro (Vagner Rosário/VEJA)

Polícia Federal: organização não revelou o nome do operador com quem foram apreendidos os maços de dinheiro (Vagner Rosário/VEJA)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 12 de abril de 2018 às 18h07.

Rio e São Paulo - A Polícia Federal apreendeu R$ 400 mil em dinheiro vivo na casa de um dos operadores que entraram na mira da Operação Rizoma, deflagrada nesta quinta-feira, 12, contra esquema de propinas de R$ 20 milhões envolvendo fundos de pensão dos Correios (Postalis) e do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro). As investigações revelam envolvimento de lobistas supostamente ligados ao PT e ao MDB.

A PF não revelou o nome do operador com quem foram apreendidos os maços de dinheiro. Com autorização do juiz Marcelo Bretas, da 7.ª Vara Criminal Federal do Rio, também foram recolhidos computadores e documentos vinculados aos investigados.

Um dos alvos da Operação Rizoma, deflagrada nesta quinta-feira, 12, para apurar crimes de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e corrupção ligados aos fundos de pensão Postalis e Serpros, é o empresário Milton Lyra, supostamente ligado ao MDB.

Ele, que já havia sido alvo das operações Pausare, Omertà e Sepsis, é apontado como operador do senador Renan Calheiros (MDB-AL) e é alvo de investigações que estão no Supremo Tribunal Federal (STF) e na Lava Jato.

A Rizoma foi deflagrada com base na delação de Alessandro Laber. Outros alvos são Marcelo Sereno, ex-assessor do ex-ministro José Dirceu na Casa Civil do governo Lula e ex-secretário nacional de Comunicação do PT, e o empresário Arthur Pinheiro Machado, que foi preso em São Paulo logo no início da ação dos agentes da Polícia Federal nesta quinta, 12.

Segundo Rizoma, o "cabeça" da organização era o empresário Arthur Machado, CEO da Americas Trading Group, e o esquema, que vigora ao menos desde 2011, segundo o Ministério Público Federal, foi descoberto em delação premiada espontânea.

Os investigadores descobriram que "o dinheiro gerado pelas práticas criminosas do ex-governador Sérgio Cabral (MDB) - preso em 2016 - movimentou também este esquema".

Os doleiros utilizados pelos dois grupos coincidem. Não há indício de que Cabral tenha sido beneficiado por este esquema.

O dinheiro foi lavado não só no Brasil, mas também nos Estados Unidos e na China, destacam os investigadores.

A PF cumpriu seis mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão.

Outros quatro investigados deverão se entregar, segundo seus advogados informaram à Operação Rizoma.

Os crimes investigados são corrupção, evasão de divisas, lavagem de dinheiro, inclusive fora do País, e crime contra o sistema financeiro.

Defesa

A defesa de Arthur Pinheiro Machado refuta, de forma veemente, qualquer relação entre o empresário e atos ilícitos. Informa que ele sempre agiu no mais absoluto respeito à legislação e que não compactua com práticas ilegais.

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