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Petrópolis discute com produtores rurais como minimizar prejuízos

Dados da Secretaria de Agricultura e da estatal responsável pela assistência técnica rural, a Emater, estimam prejuízos de R$ 6 milhões

Enchentes na região serrana do RJ: saída da prefeitura pode passar por perdoar dívidas (Vladimir Platonow/ABr)
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Da Redação

Publicado em 19 de janeiro de 2011 às 08h40.

Petrópolis, RJ - A prefeitura de Petrópolis, na região serrana do Rio, se reúne hoje (19), com produtores rurais do município para avaliar medidas que ajudem a compensar as perdas e a recuperar as lavouras ou criações de animais. O órgão quer prorrogar os prazos de pagamentos de empréstimos e até mesmo perdoar dívidas em bancos públicos.

Dados preliminares da Secretaria de Agricultura e da Emater-RJ, empresa estatal responsável pela assistência técnica rural, estimam um prejuízo de R$ 6 milhões. Em termos de área atingida, a forte enxurrada da última quarta-feira (12) destruiu cerca de 120 hectares, além de ter derrubado pontes e deixado dezenas de agricultores ilhados até agora.

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Na reunião com os produtores, a prefeitura quer avaliar como minimizar os danos. Um das principais propostas é comprar emergencialmente sementes, adubos e calcário para recuperar cerca de 2 mil metros quadrados. "Sabemos, é algo muito pequeno, um respiro, mas algo que dá para fazer", afirmou o diretor de Agricultura da secretaria, Leonardo Faver.

Em relação às dívidas, Faver disse que a situação mais difícil é daqueles produtores que não pegaram empréstimos e aplicavam recursos próprios nas lavouras. "Algumas dívidas devem ser perdoadas e os pagamentos, postergados. Pessoas que não têm crédito são o maior problema. Elas não têm seguro nem mais receitas. Para esses [casos], vamos estudar o que fazer."

É o caso do produtor rural Márcio Ferreira, que não sabe como recomeçar. "Não tenho como pagar minhas dívidas e nem como pegar mais dinheiro emprestado", disse. A tromba d'água que passou por sua propriedade fez um córrego de dois metros de largura atingir 30 metros, arrasando 70% das plantações de flores, hortaliças e legumes. Com o terreno prejudicado, ele não tem como replantar.

Outro assunto que deve ser tratado na reunião é a recuperação de estradas e pontes que impedem o escoamento da produção. "Em determinados locais não houve perda significativa na produção, mas os produtores perderam cargas. Temos duas pontes derrubadas que estão ilhando cerca de 20 produtores no Brejal. Eles retiram a mercadoria antes da ponte, passam por um lago e depois abastecem um carro do outro lado", explicou o diretor da secretaria.

A situação na região rural de Itaipava, distrito de Petrópolis dá uma dimensão do problema no município. As imagens são de devastação. Pontes estão destruídas e há localidades ainda bloqueadas por crateras que se abriram nas estradas. À beira dos rios, o rastro da enxurrada é visível pelo barro na porta e muros das casas e pelos troncos de árvores espalhados nas propriedades.

Diante da situação, o prazo estimado para que o município retome o ritmo de produção é de seis meses. "Isso para as áreas que foram arrastadas. As áreas de produção de verduras, acredito, em dois meses, mas [só] se eles tiverem mudas, sementes e algum financiamento", avaliou Faver.

Entre os prejuízos contabilizados até o momento, estão a perda de 400 suínos, 20 toneladas de trutas, 26 mil frangos, além de toneladas de hortaliças e legumes que ainda não foram contabilizadas. As áreas mais afetadas são Brejal (90 hectares devastados), Mãe D'água (16 hectares), Cantagalo (10 hectares) e Santa Mônica (6 hectares).

Procurados pela reportagem da Agência Brasil, o Sindicato dos Produtores Rurais de Petrópolis disse que se pronunciaria depois da reunião.

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