Petrobras ofertou US$ 170 mi por estoques de Pasadena
Valores são obtidos ao se cruzar um relatório da consultoria BDO Seidman com documentos internos da Petrobras
Da Redação
Publicado em 2 de abril de 2014 às 20h11.
Rio - A Petrobras ofertou US$ 170 milhões pelos estoques da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), enquanto eles valiam, na mesma época, apenas US$ 6,1 milhões. Os valores são obtidos ao se cruzar um relatório da consultoria BDO Seidman, contratada pela estatal nos EUA para analisar a oportunidade de investimento, com documentos internos da Petrobras.
O valor dos estoques é um dos mistérios do caso. Os documentos públicos da Petrobras e da belga Astra, que vendeu metade da refinaria à estatal, não mencionam o volume de estoques e o valor deles na data de aquisição.
O relatório da BDO Seidman, ao qual o Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, teve acesso, contesta os valores. Revela que custavam US$ 22,5 milhões quando a Astra comprou a refinaria, em janeiro de 2005. Em 31 de dezembro daquele ano, os estoques haviam caído para US$ 6,1 milhões.
"Isso significa que a refinaria está operando em capacidade menor?", questiona a BDO Seidman, entre cerca de 40 críticas ou recomendações sobre a documentação analisada. No mesmo relatório, a consultoria especializada em auditoria acusa a falta de tempo para analisar corretamente o negócio.
O relatório é datado de 30 de janeiro de 2006. Documentos da Petrobras mostram que a empresa já pretendia pagar US$ 170 milhões pelos estoques antes e depois do relatório, tendo inclusive ignorado o alerta da BDO Seidman.
Menos de uma semana após o alerta da BDO Seidman, a Petrobras manteve a proposta de US$ 170 milhões pelos estoques, segundo documento interno da diretoria Internacional, de 2 de fevereiro de 2006 e assinado pela área de Desenvolvimento de Negócios, subordinada ao então diretor Internacional, Nestor Cerveró.
Esse documento embasou o resumo levado por Cerveró ao Conselho de Administração em fevereiro de 2006, quando a operação foi aprovada, inclusive com a anuência da então presidente do órgão, a presidente Dilma Rousseff, então ministra das Minas e Energia.
Em setembro do mesmo ano, a Petrobras fechou o negócio pelos mesmos US$ 170 milhões. "Em setembro de 2006, a Companhia concluiu a aquisição através de sua subsidiária Petrobras America. O valor total pago de US$ 360 milhões inclui US$ 190 milhões por 50% das ações e ainda US$ 170 milhões pelos estoques da refinaria", confirmou a companhia ao Broadcast em 2012, citando comunicado divulgado em 16 de novembro de 2005.
Rio - A Petrobras ofertou US$ 170 milhões pelos estoques da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), enquanto eles valiam, na mesma época, apenas US$ 6,1 milhões. Os valores são obtidos ao se cruzar um relatório da consultoria BDO Seidman, contratada pela estatal nos EUA para analisar a oportunidade de investimento, com documentos internos da Petrobras.
O valor dos estoques é um dos mistérios do caso. Os documentos públicos da Petrobras e da belga Astra, que vendeu metade da refinaria à estatal, não mencionam o volume de estoques e o valor deles na data de aquisição.
O relatório da BDO Seidman, ao qual o Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, teve acesso, contesta os valores. Revela que custavam US$ 22,5 milhões quando a Astra comprou a refinaria, em janeiro de 2005. Em 31 de dezembro daquele ano, os estoques haviam caído para US$ 6,1 milhões.
"Isso significa que a refinaria está operando em capacidade menor?", questiona a BDO Seidman, entre cerca de 40 críticas ou recomendações sobre a documentação analisada. No mesmo relatório, a consultoria especializada em auditoria acusa a falta de tempo para analisar corretamente o negócio.
O relatório é datado de 30 de janeiro de 2006. Documentos da Petrobras mostram que a empresa já pretendia pagar US$ 170 milhões pelos estoques antes e depois do relatório, tendo inclusive ignorado o alerta da BDO Seidman.
Menos de uma semana após o alerta da BDO Seidman, a Petrobras manteve a proposta de US$ 170 milhões pelos estoques, segundo documento interno da diretoria Internacional, de 2 de fevereiro de 2006 e assinado pela área de Desenvolvimento de Negócios, subordinada ao então diretor Internacional, Nestor Cerveró.
Esse documento embasou o resumo levado por Cerveró ao Conselho de Administração em fevereiro de 2006, quando a operação foi aprovada, inclusive com a anuência da então presidente do órgão, a presidente Dilma Rousseff, então ministra das Minas e Energia.
Em setembro do mesmo ano, a Petrobras fechou o negócio pelos mesmos US$ 170 milhões. "Em setembro de 2006, a Companhia concluiu a aquisição através de sua subsidiária Petrobras America. O valor total pago de US$ 360 milhões inclui US$ 190 milhões por 50% das ações e ainda US$ 170 milhões pelos estoques da refinaria", confirmou a companhia ao Broadcast em 2012, citando comunicado divulgado em 16 de novembro de 2005.